Os povos Krahô e Xerente reforçaram a proteção em suas Terras Indígenas contra o contágio do coronavírus. Confecção de máscaras de tecido, instalação de barreiras sanitárias e plantio de roças coletivas estão entre as principais ações que contaram com o apoio da Funai.
Por meio da Coordenação Regional Araguaia Tocantins, a Funai deu suporte para a produção de 1.700 máscaras de tecido: 500 para o povo Krahô e 1.200 para os Xerente. “Além de ser uma forma de gerar renda para as associações indígenas, trata-se de uma medida com vistas à proteção das comunidades contra a covid-19”, relata a indigenista especializada, Lígia Rodrigues de Almeida.

Paulo Carlos Xerente e Bolivar Xerente mostram as máscaras de proteção produzidas pelas indígenas da etnia (fotos: divulgação Funai)
O projeto realizado pelas Coordenações Técnicas Locais de Carolina/MA e Tocantínia/TO contou com recursos da Coordenação-Geral de Promoção ao Etnodesenvolvimento (CGETNO) disponibilizados em caráter emergencial. Com o repasse, as associações indígenas adquiriram materiais necessários para que as constureiras confeccionassem as máscaras.
Isolamento social nas aldeias
Por meio da Coordenação Regional Araguaia Tocantins, a Funai apoiou a instalação de cinco pontos de controle de acesso na Terra Indígena Krahôlandia. Para as ações de apoio, a CR destinou cerca de R$ 32,7 mil provenientes dos recursos emergenciais da Funai. Os valores foram utilizados na compra de gêneros alimentícios para os indígenas que se encontram nas barreiras, manutenção e reforma das guaritas, e compra de combustível e materiais de limpeza e higienização.
De acordo com a Coordenação Regional, há planos de trabalho em andamento para o apoio a barreiras instaladas pelo povo Tapirapé na Terra Indígena Urubu Branco e pelo povo Karajá nas aldeias de Santa Isabel do Morro e de São Domingos. Ambas as etnias são do Mato Grosso.
Essas barreiras, ou guaritas, como os indígenas preferem chamá-las, são postos de controle instalados e mantidos pelas próprias comunidades indígenas. Lígia explica que, como preconiza a Constituição Federal em relação à ideia de tutela sobre a população indígena, “não compete à Funai promover o controle do fluxo de entrada e saída de indígenas de suas aldeias, entretanto seguimos orientando as populações sobre a Covid-19 e realizando ações de fiscalização buscando evitar a entrada de não-indígenas e atuando no combate a ilícitos”, afirma.
Segurança alimentar
Com o plantio de roças coletivas, o povo Krahô vai beneficiar cerca de 1.200 moradores da Terra Indígena Kraholândia. O cultivo na área de seis alqueires deve ajudar a segurança alimentar de 6 aldeias da etnia, que contaram com o suporte da CR Araguaia Tocantins para o fornecimento de ferramentas, mudas, combustível e alimentação durante os mutirões. “Estas iniciativas contribuem para que os indígenas permaneçam em atividade dentro das aldeias nestes tempos de covid-19, além de diminuir a dependência alimentar dos comércios da cidade”, afirma o coordenador regional, Osmar Gomes de Lima.
Assessoria de Comunicação / Funai
com informações da CR Araguaia Tocantins
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