Por Isis Medeiros, para os Jornalistas Livres
O povo Pataxó Hã-Hã-Hãe recebeu no dia 9 a doação de território de 36 hectares pelas mãos da Associação Mineira de Cultura Nipo-Brasileira(AMCNB), que viu na entrega da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) uma forma de benefício tanto para as famílias japonesas quanto para o povo Pataxó, já que a mata vinha sendo ameaçada e ocupada por grileiros desde 2010. A entrega da imissão do termo da posse prevê doação de 70% do território. A luta dos Pataxós segue para que a mineradora Vale S/S arque com os 30% restantes para que o território pertença definitivamente ao grupo indígena.
Em 2019, 60 famílias do povo Pataxó e Pataxó Hã-Hã-Hãe tiveram suas vidas e moradias devastadas pelo crime socioambiental cometido pela empresa Vale em Brumadinho (MG). Antes do rompimento da barragem a comunidade vivia em área rural de São Joaquim de Bicas, às margens do Rio Paraopeba e após terem sido arrancados de seu território, passaram a residir precariamente na periferia de Belo Horizonte. Algumas famílias que vinham recebendo auxílio emergencial da Vale, pararam de receber no último mês. Além disso, por causa da pandemia, a venda de artesanatos também ficou prejudicada.

Segundo a liderança Ãngohó Pataxó, a mineradora alegava não poder fazer nada pelas famílias indígenas pois estas ainda residiam em área urbana, mas com a tomada da posse de área protegida, a líder vai lutar junto a comunidade para exigir que a Vale arque com as consequências do crime para as famílias atingidas. O pedido que o grupo faz é que se faça cumprir a lei para que o território seja respeitado e reconhecido como território indígena.
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Foto: Isis Medeiros -
Foto: Isis Medeiros

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