Foto: Sesai / Divulgação

Saiba o que teve de mais importante no monitoramento do Observatório dos Direitos e Políticas Indigenistas na última semana (23/01-29/01).

Segundo o Ministro da Justiça, Flávio Dino, os maiores responsáveis pela tragédia humanitária que vivem os Yanomami são o garimpo ilegal e a diminuição de ações de saúde na região. “Precisamos investigar a fundo a ação do garimpo ilegal na região e, também, essa retração nos serviços oferecidos pela Saúde.  Alguém mandou isso ocorrer? Foi uma medida intencional? Ou se trata de negligência, imperícia ou imprudência?”, questionou o ministro, que ordenou a abertura de um inquérito para investigar o crime de genocídio. 

Medidas. Enquanto isso, o governo anunciou diversas medidas de socorro aos indígenas. As principais são ações de saúde, envio de alimentos e suplementos para crianças de várias idades. Saiba mais.

Ricardo Weibe Tapeba, novo secretário de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, disse que mais de mil indígenas foram resgatados, e disse que há subnotificação dos casos de doenças. “O garimpo invadiu as aldeias e essas comunidades estão à mercê do crime organizado. Eu não falo garimpeiros, eu falo crime organizado, porque são muitas pessoas armadas coagindo e não se intimidam com a presença da Força Aérea Brasileira”, disse o secretário. 

Responsabilidade. O Supremo Tribunal Federal (STF) já tem documentos que indicam a responsabilidade do governo Bolsonaro, incluindo o descumprimento de decisões da corte em relação aos Yanomami. Por exemplo: em 2020, a então ministra Damares Alves pediu a Bolsonaro que vetasse o envio de leitos de UTI, água potável, materiais de limpeza e higiene pessoal, ventiladores pulmonares e materiais informativos sobre a Covid-19. 

Militares. Relatório da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) aponta a relação entre militares e garimpeiros. Militares do Sétimo Batalhão de Infantaria da Selva (BIS), que atuava em Roraima, tinha parentesco com garimpeiros, vazavam informações sobre operações de combate ao garimpo ilegal e recebiam propinas. Leia mais

Davi Kopenawa. O líder Yanomami Davi Kopenawa foi um dos mais atuantes na proteção aos indígenas durante a invasão garimpeira do final dos anos 1980. Para ele, a crise atual é pior do que a que culminou com a homologação da TI Yanomami em 1992. “Os yanomamis nunca morreram de fome. Estou aqui, tenho 66 anos e quando era pequeno, ninguém morria de fome. Agora o garimpo está matando o meu povo e também os parentes Munduruku e Caiapó. Quando os indígenas ficam doentes, eles não conseguem trabalhar ou caçar”, diz. “Em 1992, nós conseguimos [a demarcação da terra]. Mas agora estamos aqui de novo, em luta de novo, em uma situação muito difícil. Mas vamos conseguir, outra vez, salvar o povo e o território Yanomami”. 


ATL. O Acampamento Terra Livre 2023 já tem data: a mobilização indígena acontece entre os dias 24 e 28 de abril, em Brasília. A programação deve ser divulgada em fevereiro.

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