Foto: Lalo de Almeida/ Folhapress

Saiba o que teve de mais importante no monitoramento do Observatório dos Direitos e Políticas Indigenistas na última semana (30/01-05/02).

Em 2022, o garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami cresceu 54%: foram 1.782 hectares, de acordo com informações do Instituto Socioambiental. Entre outubro de 2018, eleição de Jair Bolsonaro, e dezembro de 2022, quando o político anti-indígena deixou o governo, o aumento foi de 309%. Durante o governo Bolsonaro, foram mais 3.817 hectares destruídos na maior terra indígena do país. “Os impactos do garimpo vão além destes observados no satélite, que é focado no desmatamento. Eles também afetam as disseminações de doenças, deterioração no quadro de saúde das comunidades, produção de conflitos intercomunitários, aumento de casos de violência e diminuição da qualidade de água da população com destruição dos corpos hídricos. Tudo isso somado compromete a capacidade de viver nas comunidades”, explicou o geógrafo Estêvão Benfica, assessor do Instituto Socioambiental (ISA)

Lula prometeu acabar com o garimpo ilegal em Terras Indígenas. “Vamos tomar todas as atitudes para tirar os garimpeiros ilegais e cuidar dos yanomamis. Resolvemos tomar decisão, acabar com a brincadeira, não vai mais ter garimpo. Não vai mais ter sobrevoo, barcaças com combustíveis”, disse o presidente a jornalistas. O governo também anunciou medidas como o fechamento do espaço aéreo para aeronaves não autorizadas pela Aeronáutica. 

CPI. Célia Xakriabá (PSOL- MG) é uma das deputadas que lidera a busca por assinaturas para criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a crise humanitária que vitima os Yanomami. “O Parlamento não pode ser omisso neste momento tão grave. Vocês sabiam que 60% das crianças Yanomami estão com a vida condenada por estarem contaminadas por mercúrio? O garimpo no governo Bolsonaro cresceu 54%. A CPI neste momento é pra apurar, responsabilizar”, disse Célia Xakriabá. 

Em entrevista ao Brasil de Fato, o líder indígena Dário Kopenawa responsabilizou o governo Bolsonaro pela tragédia. “Esses são apoiadores do garimpo ilegal, do desmatamento da Amazônia, do desvio de recursos, de matar o povo brasileiro. Estou falando de 600 mil que o governo matou na pandemia. Não é só o povo da Floresta, o povo Yanomami, que tem que se defender. A sociedade brasileira também. Isso [mortes na pandemia] é responsabilidade deles [governo anterior]. Mas o governo não se responsabilizou, não cuidou da população, não cuida do povo da Floresta, especialmente povo Yanomami.”, disse. 

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