Foto: André Gouveia/Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida.
Na reunião, os representantes das organizações relataram as ações desenvolvidas nos territórios no último período, e, após intenso debate, definiram uma agenda coletiva
POR ROBERTA QUINTINO, DA CAMPANHA PERMANENTE CONTRA OS AGROTÓXICOS E PELA VIDA
Nos dias 8 e 9 de fevereiro, em Brasília, aconteceu a reunião de planejamento da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida para 2023. Representantes de mais de 25 organizações, que compõem a coordenação nacional, participaram das análises de conjuntura e dos debates para o fortalecimento e avanços na luta contra os agrotóxicos e em defesa da agroecologia.
Para o coordenador do Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Diego Moreira, diante do cenário de fome e insegurança alimentar no Brasil, é fundamental que as organizações mantenham uma forte mobilização popular, reivindicando políticas públicas que garantam que os alimentos cheguem até os centros urbanos para alimentar a população.
Mesa de debates na reunião da coordenação nacional. Foto: André Gouveia/Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida
Além disso, Moreira pontuou a necessidade de políticas que impeçam a “ação predatória do capitalismo”, em especial do agronegócio, de apropriação dos recursos da natureza, que promove “a contaminação por agrotóxicos nos territórios, provocam alto nível de câncer, mutações e potencializam doenças como a Covid-19”.
O deputado federal, Nilto Tatto (PT-SP), fez uma breve análise do cenário político e composições no parlamento, destacou ainda a importância da vitória de Lula para o campo popular. Ao que se refere à luta contra os agrotóxicos, Tatto ressaltou que as organizações precisam acompanhar de perto a atuação do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e do Congresso Nacional de modo a provocar o debate e implementação de ações de transição e promoção da agroecologia, a exemplo da Política Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pnara).
Foto: André Gouveia/Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida.
De acordo com a diretora do Departamento de Inovação para a Produção Familiar e Transição Agroecológica da Secretaria de Agricultura Familiar e Agroecologia, Vivan Libório de Almeida, o documento de subsídio para equipes de transição elaborado pela Campanha Contra os Agrotóxicos, que propõe a retomada da Política Nacional de Agroecologia e a implementação de ações e políticas efetivas de fomento e proteção de redes de guardiãs e guardiões de sementes tradicionais, é um importante instrumento para a construção de diretrizes à atuação do Órgão.
Na reunião, os representantes das organizações relataram as ações desenvolvidas nos territórios no último período, e, após intenso debate, definiram uma agenda coletiva para o fortalecimento e promoção das atividades já implementadas, além de propor agendas integradas de enfrentamento aos agrotóxicos, ampliando as mobilizações acerca de legislações, políticas públicas, formação e iniciativas populares em defesa da alimentação saudável.
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