Foto: Bruno Kelly/Amazônia Real

Saiba o que teve de mais importante no monitoramento do Observatório dos Direitos e Políticas Indigenistas na última semana (14/02-26/02).

Tribunal de Haia. Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, disse que existem elementos que apontam para o crime de genocídio dos Yanomami, com omissão do ex-presidente Jair Bolsonaro e da ex-ministra dos DH Damares Alves. No Tribunal Penal Internacional, já existe uma comunicação sendo investigada. No Brasil, a PGR já investiga Bolsonaro pelos crimes, que podem ser julgados pelo STF. 

Garimpo. Matéria do Repórter Brasil mostra novas imagens de satélite que revelam a destruição causada pelo garimpo na Terra Indígena Yanomami. A Amazon Mining Watch (AMW) identificou a destruição de 1.226 hectares de floresta amazônica na TI Yanomami nos anos de 2021 e 2022, três vezes maior que o apontado pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). 

A Operação Avis Aurea, da Polícia Federal, cumpriu 13 mandados de busca e apreensão em Roraima, São Paulo e Goiás contra uma organização criminosa que teria realizado movimentações financeiras de 420 milhões de reais em cinco anos. As empresas são acusadas de financiarem o garimpo ilegal, inclusive em Terras Indígenas. 

Atendimentos. O Ministério da Saúde divulgou que, um mês após o início da emergência no território Yanomami, foram realizados mais de cinco mil atendimentos médicos aos indígenas. Desnutrição em diferentes níveis, pneumonia, diarreia aguda, malária e tuberculose são algumas das doenças mais diagnosticadas entre a população Yanomami. A avaliação dos profissionais é que a maioria dos agravos é prevenível e podem ser tratados com os recursos atualmente disponíveis no SUS. “Conseguimos ampliar a nossa capacidade de assistência na Casai e no território em geral. Mas, ainda temos alguns desafios, como a instalação do hospital de campanha em Surucucu, as ações de infraestrutura em todas as unidades de saúde indígena, mais acesso à água potável. Avançar nessas e outras metas brevemente é nossa prioridade”, disse o secretário de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Weibe Tapeba. 

Entre as crianças indígenas atendidas, 78% já evoluiu de casos de desnutrição grave para moderada, ganhando peso. “A avaliação é positiva tendo em vista que esse número de crianças que foram acompanhadas conseguiu ganhar peso nesse pouco tempo utilizando os protocolos e diretrizes do Ministério da Saúde para tratamento com as fórmulas. O próximo passo é ampliar esse tratamento para que possamos fazer a recuperação na Casai e nos polos-base”, explica Mariana Madruga, integrante do grupo de trabalho de nutrição do COE-Yanomami.

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