Foto: acervo/Funai
Lideranças do Povo Yanomami se reuniram com a diretora de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável, Lucia Alberta Andrade, na tarde desta terça-feira (02) para discutir ações de alinhamento entre a Fundação Nacional dos Povos Indígenas, associações indígenas e demais órgãos da sociedade civil para enfrentamento da crise Yanomami.
Estiveram presentes, pela Funai, representantes das coordenações gerais de Etnodesenvolvimento, Gestão Ambiental, Índios Isolados e de Recente Contato, e Promoção à Cidadania. A reunião também contou com a participação de representantes do Instituto Socioambiental (Isa). Essa já é a segunda reunião em duas semanas com o povo indígena, que também esteve na sede do órgão na última semana de abril.
A liderança indígena Davi Kopenawa Yanomami alertou para o fato de que nenhuma ação de alinhamento precisaria ser feita hoje caso os pedidos de socorro iniciais do povo Yanomami tivessem sido ouvidos nas gestões passadas. “Desde o início falamos para tirarem os garimpeiros de lá. Ninguém nos ouviu. Não estaríamos passando por isso agora se tivessem nos ouvido”, afirmou.
Lucia Alberta afirmou aos participantes que a Funai não está parada diante da crise e que tem atuado para qualificar as ações de enfrentamento à crise humanitária em nível local e nacional durante o período de vigência da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional.
A atuação do corpo técnico do órgão é fundamental para articular a retirada dos garimpeiros da terra indígena, a garantia da segurança alimentar e a promoção do acesso dos indígenas a direitos sociais.
De acordo com a diretora, foi assinado um Termo de Execução Descentralizada (TED) no valor de R$ 12,3 milhões com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) para aquisição de kits de ferramentas para plantios e pesca, bem como de insumos necessários para a construção de casas de farinha, com o objetivo de promover o restabelecimento da capacidade produtiva das comunidades indígenas, e, assim, a segurança alimentar e nutricional do Povo Yanomami.
Além disso, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome e cm o Ministério da Saúde, a Funai garantiu a entrega de mais de 18,4 mil cestas básicas, além do envio de 39 mil medicamentos, entre antifúngicos, antibióticos e antiparasitários.
A Funai também participou da inauguração do Centro de Referência em Saúde Indígena no polo base de Surucucu. O centro é uma importante iniciativa, fortalecendo a assistência para a população Yanomami, uma vez que será referência de saúde para outras comunidades e reduzirá a ida de pacientes para Boa Vista e para a Casa de Saúde Indígena (Casai) em casos de cuidados clínicos. A unidade foi instalada no polo base de Surucucu, no extremo Oeste da área, próximo à fronteira com a Venezuela, e tem capacidade para atender cerca de 100 pacientes por dia em quadros como malária e desnutrição.
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Assessoria de Comunicação/Funai
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