Saiba o que teve de mais importante no monitoramento do Observatório dos Direitos e Políticas Indigenistas na última semana (06-10/12). 

Texto do Repórter Brasil mostra que o Governo de Jair Bolsonaro vacinou menos da metade dos indígenas contra Covid-19. Os principais responsáveis pelo ritmo lento de imunização dos 755 mil que vivem em Terras Indígenas são as fake news, a influência de igrejas evangélicas e o discurso antivacina do presidente. Apenas 44% dos indígenas receberam duas doses de vacina e a vacinação dos adolescentes demorou 4 meses para começar. Reportagem da Amazônia Real mostra diversos casos de adolescentes indígenas que esperaram seis meses pela aplicação da vacina. Em São Gabriel da Cachoeira-AM, jovens dos povos Baré, Koripako, Tariano, Tukano e Yanomami ainda não tiveram seu ciclo vacinal completado. 

Durante o governo Bolsonaro, a violência também atinge os indígenas de forma brutal. A Rede Brasil Atual mostra que o relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT) aponta o aumento da violência contra os indígenas. As políticas do governo bolsonarista abrem a porteira para ações violentas do garimpo ilegal e do agronegócio. Entre janeiro e agosto de 2021, foram 26 assassinatos relacionados a conflitos no campo. Oito dessas vítimas eram indígenas. 

A Folha de S. Paulo mostra que o Ministério Público Federal desconfia que o General Augusto Heleno, Ministro do Gabinete de Segurança Institucional, prepara o terreno para mineração em Terras Indígenas. Heleno autorizou diversas pesquisas de ouro em áreas preservadas da Amazônia. Desde o início do governo, já foram 81 autorizações. Um projeto de lei enviado ao Congresso Nacional por Bolsonaro em 2020 busca permitir a mineração em TIs. A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados também convocou o deputado para se explicar. 

O Amazônia Notícia e Informação também destaca os desmatamentos e invasões que ameaçam os indígenas Karipuna, que vivem próximos a BR-319, em Rondônia. A TI está entre as mais desmatadas da Amazônia, e perdeu mais de mil hectares em 2021. A segurança alimentar dos Karipuna também está ameaçada por conta dos desmatamentos e das queimadas, que secam os rios da região e prejudicam as árvores frutíferas. Mais informações estão no informativo mensal do Observatório BR-319 (OBR-319).

Os indígenas isolados também estão em risco. O Instituto Socioambiental (ISA) aponta que invasores podem exterminar os aldeados da Terra Indígena Kawahiva do Rio Pardo, no Mato Grosso. Por conta disso, o Ministério da Justiça e Segurança Pública autorizou uma operação da Força Nacional, mas não é suficiente – a ação vai durar apenas um mês. Artigo da Folha de S. Paulo também diz que a Funai pode ser cúmplice do extermínio dos piripkura, do Mato Grosso. Os três sobreviventes da etnia estão cercados pelo desmatamento, por fazendas ilegais e por áreas de pasto e mineração. A última portaria de restrição de uso publicada pela Funai (que pode garantir um pouco de proteção à TI) tem prazo de apenas seis meses. 

Por Guilherme Alves.

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