Foto: Acervo/Funai
Saiba o que teve de mais importante no monitoramento do Observatório dos Direitos e Políticas Indigenistas na última semana (18/08-28/08).
Acompanhado à distância pela Funai há 26 anos, um indígena de etnia e nome desconhecidos que vivia na Terra Indígena Tanaru, em Rondônia, foi encontrado morto na semana passada. Ele era considerado o último sobrevivente do seu povo, que foi dizimado por madeireiros, e sempre recusou as tentativas de contatos feitos pela Funai. O jornalista Rubens Valente, da Agência Pública, revela que o indígena foi encontrado “deitado na rede, e paramentado [com penas de arara] como se esperasse a morte”. O indigenista da Funai Marcelo dos Santos falou ao jornalista sobre o homem conhecido como “índio do buraco”, por abrir covas no chão: “Ele não confiava em ninguém em sua volta porque viveu várias experiências traumatizantes com os não indígenas. Ele temia pela própria vida. Um conjunto de fatores levou a essa solidão. Há relatos de que indígenas isolados foram mortos na região com veneno misturado à comida. Acreditamos que, por isso, ele nunca aceitou a comida que deixávamos para ele na mata”. Com a morte do indígena, não se sabe o que vai acontecer com os 8 mil hectares conhecidos como TI Tanaru. Essa área era protegida por uma Portaria de Restrição de Uso, que impedia não-indígenas de acessá-la, fruto da “política de não contato” da Funai.
Eleições. A REDE é o partido com maior porcentagem de candidaturas indígenas, com 3,88%. Em 2022, 171 indígenas disputam as eleições. O PSOL tem 24 candidatos e o PT, 22. O Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) mostra que os partidos de direita tem baixa diversidade racial e de gênero.
Hoje, a única representante indígena no Congresso é a deputada federal Joênia Wapichana (REDE-RR). Além dela, Sônia Guajajara mobiliza a Campanha Indígena para a eleição de uma bancada indígena e feminina para o Congresso Nacional e assembleias estaduais. Ela é candidata a deputada estadual por São Paulo. Célia Xakriabá também se destaca na disputa por uma cadeira na Câmara dos Deputados. O Portal Amazônia.org aponta outras protagonistas dos movimentos indígenas candidatas: Vanda Witoto (REDE/AM), Elaine Xinakalo Bakairi (PT/MT), Val Eloy (de origem Terena, PSOL/MS), Nice Tupinambá (PSOL/PA), Teresa Arapium (REDE/RJ) e Leonice Tupari (REDE/RO). O site Jornalistas Livres também apresenta algumas candidaturas indígenas. Conheça.
Fake News. Reportagem da Agência Pública revela que canais bolsonaristas no Telegram espalharam desinformação sobre Dom Phillips e Bruno Pereira. As fake news ganharam força com a entrevista do presidente da Funai Marcelo Xavier à Jovem Pan. As principais narrativas foram a associação ao tráfico, invasão do território brasileiro e que o crime teria sido praticado por indígenas. Saiba mais.
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