Foto: Ibama

Saiba o que teve de mais importante no monitoramento do Observatório dos Direitos e Políticas Indigenistas na última semana (06/02-13/02).

A fuga dos garimpeiros que invadiam a Terra Indígena Yanomami pode gerar um novo problema. Depois do anúncio de que as forças de segurança seriam mobilizadas para retirar os invasores, vários garimpeiros se adiantaram e fugiram. Mas o medo é que essas pessoas invadam outras Terras Indígenas em Roraima, Pará ou Amazonas. Outro receio é que os garimpeiros entrem em contato com povos isolados dentro da TI, levando doenças. O ministro da Justiça, Flávio Dino, disse que o governo permitiu a fuga dos garimpeiros para evitar o conflito e não piorar a situação dos indígenas. Segundo ele, havia cerca de 15 mil garimpeiros na TI. Mas os crimes não ficarão impunes. “Sobre as investigações, temos um foco prioritário: os financiadores, os donos dos garimpos ilegais e aqueles que fazem lavagem [de dinheiro]. Claro que temos os executores de crimes ambientais —essas pessoas estão sendo identificadas por imagens e serão alvo do inquérito policial”, disse Dino em entrevista à Folha de S. Paulo

A Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) e o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) iniciaram ações de fiscalização dentro da TI Yanomami para proteger os indígenas e combater o garimpo, incluindo a destruição de maquinário e estruturas de apoio ao garimpo, como helicópteros, aviões, tratores, e apreensão de armas e barcos. O Grupo Especializado de Fiscalização (GEF) do Ibama está monitorando as pistas de pouso clandestinas na região e sobrevoando a área para identificar e destruir a infraestrutura do garimpo, como aviões, helicópteros, motores e instalações. 

Impactos. Reportagem da Agência Brasil mostra os impactos sociais do garimpo ilegal. “Água suja para comer, estraga o peixe. Crianças muito fracas. Água bebe-se suja e barriga dói muito”, diz Enenexi Yanomami. A reportagem da Agência Brasil visitou algumas vezes a Casa de Saúde Indígena (Casai), em Boa Vista, e também esteve no próprio Território Yanomami, no Polo Base de Surucu e conversou com os indígenas e especialistas para entender melhor como eles percebem esses impactos. “Cheiro ruim. Morre caça, morre tudo. A terra não é boa, é muito feio. Máquina de fumaça entrou, por isso cheiro muito ruim. Contaminaram terra, contaminaram água, poluíram peixe”, relata Arokona Yanomama. 

“O garimpo vai justamente atacar a cadeia alimentar básica dos yanomami. Eles são um povo de mobilidade territorial, vivem da caça, da pesca, da coleta e da agricultura. Nada mais triste, então, do que um caçador yanomami não ter caça para suprir a família”, explica a antropóloga Maria Auxiliadora Lima de Carvalho. Leia mais na reportagem

Thank you for your upload