A Terra Indígena Ineiuxi, localizada no município de Santa Isabel do Rio Negro, foi uma das 6 terras indígenas homologadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no último dia (28/04) durante o 19º Acampamento Terra Livro em Brasília, um evento que reuniu cerca de 6 mil indígenas de 200 povos. A TI Ineiuxi é tradicionalmente habitada pelos povos Nadöb e inclui uma área habitada por povos isolados de Igarapé do Natal.

Lideranças Nadob em reunião com a Diretora de proteção territorial da FUNAI/BRASÍLIA, Janete Albuquerque.

A assinatura da homologação da TI Ineiuxi aconteceu dois dias antes da comemoração dos 36 anos da FOIRN, que tem como uma de suas principais bandeiras de lutas a demarcação dos territórios indígenas, um dos motivos da sua fundação em 1987. A demarcação e proteção dos territórios indígenas do Rio Negro é uma forma de garantir a sobrevivência e o bem-estar das comunidades indígenas, bem como a preservação da cultura, modo de vida e biodiversidade da região. Nesse sentido, a demarcação dos territórios indígenas é questão fundamental para a proteção dos direitos e da dignidade das comunidades indígenas, que historicamente têm sido alvo de invasões, conflitos e violações de seus direitos territoriais.

TI Ineiuxi, esteve em processo, incluindo todas as etapas, até chegar à homologação por trinta anos. Os processos de demarcação de terras indígenas (TI) foram totalmente paralisados durante o governo Bolsonaro, o que resultou na intensificação de ameaças aos territórios e populações indígenas no Brasil, como invasões, garimpo ilegal, desmatamento, grilagem e conflitos com populações não indígenas.

No caso, da TI Ineiuxi, em uma entrevista concedida ao Portal Brasil de Fatos, no início do ano, o Presidente da FOIRN, Marivelton Rodrigues Baré descreveu a situação do território. “A área bastante ameaçada. Criou-se uma rota de narcotráfico, e não há fiscalização nem monitoramento. A Polícia Federal não atua, e a Funai não atuava. Com a homologação, a gente espera que possa vir a garantia da proteção daquele território”, afirmou.

O GT de Transformação dos Povos Indígenas do Governo Lula identificou pelo menos 79 TIs aguardando demarcação. Dessas 13 já estão prontas para piquetear, só precisam de aprovação, 05 dessas TIs prontas para piquetagem estão na Amazônia. No Rio Negro ainda existem terras indígenas em processo de delimitação, como é o caso da TI Cuecué-Marabitanas.

“O futuro indígena é hoje. Não há democracia sem demarcação”, foi o apelo do 19º acampamento Terra Livre, onde uma delegação de lideranças do Rio Negro esteve presente e reafirmou o combate a todas as ameaças que continuam existindo para os povos indígena, entre elas o Marco Temporal.

Nós, os habitantes originários, continuaremos lutando por nossos direitos e território!

Fonte: https://foirn.wordpress.com/2023/05/02/vitoria-tres-decadas-apos-o-inicio-do-processo-terra-indigena-ineiuxi-e-homologada-por-lula-no-atl-2023/

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