
Fotos: Leo Otero | Ascom MPI











Joenia Wapichana em visita aos dois indígenas que sobreviveram ao ataque de garimpeiros armados dentro do território Yanomami.
Após três indígenas Yanomami serem baleados no último sábado (29), a presidenta da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, esteve em Boa Vista (RR) em uma ação interministerial, para reforçar as ações do governo no território Yanomami. A visita ocorreu na última segunda-feira (1º).
Durante a visita, Joenia Wapichana manifestou sua solidariedade às vítimas e aos familiares e reforçou que crimes como esse não serão tolerados. A presidenta visitou os dois indígenas que sobreviveram ao ataque de garimpeiros armados dentro do território Yanomami. A terceira vítima do atentado não resistiu aos ferimentos.
Joenia também sobrevoou as áreas da reserva Yanomami onde há atividade ilegal do garimpo, incluindo a região onde os indígenas foram baleados. “A Funai, aqui em Roraima, tem seus servidores que estão na ponta para fazer a proteção desses territórios, assim como tem realizado articulação com os órgãos envolvidos, de forma a resgatar o direito do povo indígena Yanomami a ter seu território livre de toda invasão, de forma que retomem sua dignidade e sua segurança alimentar, sempre com a proteção do Estado brasileiro”, afirmou Joenia.
Também compuseram a comitiva a ministras do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva e a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, que reforçou que as operações para a retirada dos garimpeiros do território já teve início há três meses e agora devem ser intensificadas. “A nossa preocupação é para que tudo aconteça da forma mais pacífica possível. Não estamos incentivando conflitos, queremos minimizar as situações de risco e não queremos, de forma alguma, derramamento de sangue”, ressaltou Sonia Guajajara.
O ataque aos indígenas Yanomami ocorreu próximo a uma unidade de saúde restaurada. No território, havia cerca de sete unidades fechadas devido ao garimpo ilegal. O local que sofreu o ataque é uma das unidades reabertas com as ações do governo.
Ações emergenciais
Desde janeiro, o Governo Federal mobiliza uma operação interministerial para salvar vidas e garantir o acesso à saúde aos povos Yanomami. Neste período, mais de 13 mil atendimentos de saúde foram realizados aos indígenas encontrados em grave situação de abandono e desassistência.
A Funai tem atuado para qualificar as ações de enfrentamento à crise humanitária em nível local e nacional durante o período de vigência da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional. A atuação do corpo técnico do órgão é fundamental para articular a retirada dos garimpeiros da terra indígena, a garantia da segurança alimentar e a promoção do acesso dos indígenas a direitos sociais.
No Dia dos Povos Indígenas, celebrado em 19 de abril, a Funai anunciou que assinou com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) um Termo de Execução Descentralizada (TED) no valor de R$ 12,3 milhões para aquisição de kits de ferramentas para plantios e pesca, bem como de insumos necessários para a construção de casas de farinha, com o objetivo de promover o restabelecimento da capacidade produtiva das comunidades indígenas, e, assim, a segurança alimentar e nutricional do Povo Yanomami.
Além disso, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome e cm o Ministério da Saúde, a Funai garantiu a entrega de mais de 18,4 mil cestas básicas, além do envio de 39 mil medicamentos, entre antifúngicos, antibióticos e antiparasitários.
Um dos desafios mais graves enfrentados pelos Yanomami são os casos de desnutrição e malária. Mas com a adoção de diversas ações pelo Ministério da Saúde, foi possível garantir a recuperação de 63 crianças que estavam com quadro de desnutrição. Outras 26 são acompanhadas, atualmente, na Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai), com desnutrição moderada, enquanto seis recebem acompanhamento intenso devido ao quadro de desnutrição grave.
A Funai também participou da inauguração do Centro de Referência em Saúde Indígena no polo base de Surucucu. O centro é uma importante iniciativa, fortalecendo a assistência para a população Yanomami, uma vez que será referência de saúde para outras comunidades e reduzirá a ida de pacientes para Boa Vista e para a Casa de Saúde Indígena (Casai) em casos de cuidados clínicos. A unidade foi instalada no polo base de Surucucu, no extremo Oeste da área, próximo à fronteira com a Venezuela, e tem capacidade para atender cerca de 100 pacientes por dia em quadros como malária e desnutrição.
Os principais problemas de saúde identificados nos Yanomami são malária, pneumonia e desnutrição. Também foram enviados 117 profissionais pelo programa Mais Médicos, sendo 14 para o território Yanomami. Além desses, mais 100 profissionais foram enviados para reforçar o atendimento pela Força Nacional do SUS.
Para enfrentar a malária, a pasta enviou agentes de controle de endemia, com medicamentos e testes rápidos, para realizarem a busca ativa de pacientes com a doença.
Para saber mais sobre os Yanomami, clique aqui.
Assessoria de Comunicação/Funai
Com informações do Ministério da Saúde
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