Foto: Comunicação/MPF
Demandas, que envolvem, entre outros assuntos, retomada da demarcação de terras e a crise humanitária na TI Yanomami, serão analisadas pelo MPF
Lideranças indígenas de Roraima fizeram uma caminhada do centro de Boa Vista, capital do estado, até a sede do Ministério Público Federal (MPF) para protocolar a Carta Final do IV Acampamento Terra Livre de Roraima. Este ano, a maior mobilização indígena no Brasil teve como tema O Futuro Indígena é Hoje – Sem Demarcação Não Há Democracia.
Os indígenas foram recepcionados pelo procurador da República Alisson Marugal. Ao receber a carta das mãos das lideranças, ele destacou a importância do movimento e o compromisso do MPF na defesa dos direitos dos povos indígenas previstos na Constituição Federal de 1988.
O procurador da República se comprometeu a analisar as demandas e, na medida do possível, atendê-las. “As conquistas nem sempre são rápidas, mas com persistências e luta elas chegam e acontecem e são vitórias dos povos indígenas que o Ministério Público Federal tem o prazer de assistir e também de participar”.
Aproximadamente mil indígenas de vários povos e regiões do estado de Roraima estiveram ao longo da semana na mobilização da ATL2023 em Boa Vista. A programação do ATL-RR foi encerrada no último sábado (29) com a recepção da delegação de lideranças que participaram da mobilização em Brasília.
Manifesto – O manifesto é assinado por lideranças e representantes indígenas das etnias Wapichana, Macuxi, Taurepang, Wai Wai, Patamona, Sapará, Ingaricó, Yanomami e Ye`kuana. Entre as pautas, os grupos destacam a importância da demarcação de terras indígenas para a preservação cultural e o desenvolvimento sustentável da região e a retirada de invasores das terras indígenas.
No documento, as lideranças se manifestam em relação à crise humanitária que aflige os povos da Terra Indígena Yanomami. Decorrente da exploração de garimpos na TI, a crise já vitimou mais de 40 indígenas apenas em 2023, boa parte deles era crianças.
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