A 30ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30)  já começou. Pela primeira vez, o maior evento global do clima é realizado na Amazônia no nosso Norte, em Belém do Pará, entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025. A realização da conferência no coração da floresta amazônica é simbólica e histórica: representa o reconhecimento da importância das florestas, dos rios, da biodiversidade e, sobretudo, dos povos que há milênios preservam esses territórios.

A Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), chega à COP30 com uma delegação de mais de 20 lideranças representando as coordenadorias regionais do Rio Negro COIDI, DIAWI’I, NADZOERI, CAIBARNX e CAIMBRN de diferentes etnias, Yanomami, Tukano, Baré, Wanano, Tariana, Dessana, Baniwa e Koripaco. 

A Diretoria executiva da Foirn, Departamento de Mulheres Indigenas do Rio Negro (DMIRN-FOIRN) , Departamento de Adolescentes e Jovens Indigenas do Rio Negro (DAJIRN-FOIRN), representante dos agentes indígenas de manejo ambiental (AIMAs) que desenvolvem pesquisa e monitoramento ambiental e climático na bacia do rio negro, a Representação inédita da Casa de Produtores Indígenas do Rio Negro (Casa Wariro) levando a riqueza do artesanato tradicional e o bio-comércio como alternativas econômicas sustentáveis e o Fundo Indígena do Rio Negro (FIRN), que apoia projetos de gestão territorial, ambiental e fortalecimento cultural.

A participação da Foirn na COP30 reflete décadas de trabalho voltado à sustentabilidade e ao enfrentamento das mudanças climáticas. A federação tem desenvolvido iniciativas pioneiras de gestão territorial, fortalecimento das economias indígenas, manejo ambiental, proteção das florestas e valorização dos saberes tradicionais.

A participação da Foirn na COP30 reflete décadas de trabalho voltado à sustentabilidade e ao enfrentamento das mudanças climáticas. A federação tem desenvolvi do iniciativas pioneiras de gestão territorial, fortalecimento das economias indígenas, manejo ambiental, proteção das florestas e valorização dos saberes tradicionais.

“Viemos representar todos os povos do Rio Negro”

O presidente da FOIRN, Dário Baniwa, destacou a importância da presença da organização na COP30:

Viemos, em nome de todos os povos do Rio Negro, apresentar nossas reivindicações, demandas e projetos voltados ao enfrentamento das mudanças climáticas. Trazemos a representação da importância da demarcação das Terras Indígenas, das iniciativas locais e da implementação do Plano de Gestão Territorial e Ambiental da Bacia do Rio Negro (PGTA). Buscamos também a captação de recursos, por meio do Fundo Indígena do Rio Negro, para fortalecer nossos projetos de sustentabilidade, em nome da Diretoria Executiva, estaremos aqui ao longo desses dias, participando de várias agendas internacionais e representando as reivindicações de projetos de vida dos povos do Rio Negro”, afirmou Dario.

A Foirn terá uma presença estratégica e abrangente na Zona Azul, o espaço reservado para as negociações oficiais entre as Partes (países signatários) e delegações credenciadas pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Neste ambiente diplomático de acesso restrito, a Federação participará de uma diversidade de contextos e agendas, incluindo encontros bilaterais e multilaterais, além de se integrar em iniciativas promovidas por parceiros estratégicos. Esta presença na Zona Azul é crucial para influenciar diretamente as deliberações e os rumos das políticas climáticas globais, garantindo que as perspectivas e demandas dos povos do Rio Negro sejam consideradas nos documentos finais.

Simultaneamente, a FOIRN também terá representação nos espaços da sociedade civil, na Zona Verde, a Cúpula dos Povos Indígenas e a Aldeia COP, garantindo a máxima visibilidade e influência dos Rionegrinos no debate global sobre emergências climáticas.

Vozes que ecoam da floresta

O diretor da FOIRN, Hélio Tukano, ressaltou o significado da COP ser realizada na Amazônia:

“A COP aqui na Amazônia traz um significado essencial para nós, povos indígenas. Há muitos e muitos anos, temos lutado incansavelmente para, pelo menos, ser reconhecido que nosso papel é fundamental neste planeta.

Quero que o mundo saiba que o modo de vida tradicional dos povos indígenas, tem assegurado a proteção de muitos territórios, tanto da vegetação e da mata, quanto dos saberes que se têm sobre a cosmologia e a cosmovisão de como tudo se conecta através do nosso espírito, é muito importante que nossas vozes ecoam e tragam o impacto positivo de que possamos ser reconhecidos como Detentores da Floresta e como Salvaguardas.”

Carta dos Povos do Rio Negro

Em um movimento estratégico de Articulação, a FOIRN antes da realização da Cop, entregou à Presidência da COP30 a “Carta dos Povos do Rio Negro”, o documento que reunio as principais demandas e prioridades, resultado de uma articulação das comunidades Indigenas dos povos do Rio Negro. A entrega foi realizada em agosto, durante o Encontro da Comunidade Científica e Tecnológica da Amazônia com a Presidência da COP30, na Universidade Federal do Amazonas (UFAM), em Manaus.

O documento, foi entregue pessoalmente por Dário Baniwa ao presidente da COP30, André Corrêa do Lago.

Uma COP histórica para o planeta

A COP30 reúne líderes mundiais, cientistas, organizações da sociedade civil e povos tradicionais de todas as regiões do planeta. O governo brasileiro prevê que esta será a maior participação indígena da história das conferências do clima.

Foto: Repost-  Líderes mundiais e representantes participando da Cúpula do Clima de Belém .

Já durante as duas semanas de evento, os debates abordaram temas cruciais como redução das emissões de gases de efeito estufa, adaptação às mudanças climáticas, financiamento climático para países em desenvolvimento, preservação das florestas e da biodiversidade, energias renováveis e justiça climática.

O presidente da COP29, Mukhtar Babayev, que sediou a conferência anterior em Baku, Azerbaijão, disse na abertura da Cop30:

Estamos entrando em uma nova era, e aqui ainda podemos ver pessoas duvidando. Ah desafios para a cooperação multilateral! Eles questionam, eles perguntam: será que vai dar certo? Mas nós acreditamos, sim! Fazemos uma reunião anual de cúpula climática para garantir que estamos enfrentando os obstáculos. Para todos que estão ouvindo: vocês não estão sozinhos! Vocês todos fazem parte de uma força imparável que vai construir um movimento. Precisamos lutar pela sobrevivência. Todo mundo tem direito ao futuro. Toda empresa investe em soluções. E nós somos muito maiores do que os desafios que enfrentamos. Juntos, vamos mostrar para o mundo onde vamos conseguir chegar.”

a FOIRN reafirma na COP30 que os povos indígenas do Rio Negro são protagonistas na defesa do clima e da vida na Terra.
Suas ações locais, baseadas em conhecimento ancestral, gestão sustentável e proteção dos territórios, representam soluções concretas e indispensáveis diante da crise climática global.

Cobertura e Assessoria de Comunicação: Departamento de Comunicação da FOIRN (Decom/FOIRN)

Fonte: https://foirn.blog/2025/11/12/foirn-na-cop30-protagonismo-indigena-do-rio-negro-em-discussoes-do-clima-global/