O plano prevê estratégias de enfrentamento à transmissão da malária e ações de prevenção nas comunidades indígenas
Ações estratégicas de combate ao mosquito transmissor da malária estão sendo intensificadas no Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Yanomami. O distrito elaborou o Plano de Ação de Controle Emergencial da Malária que já está sendo executado em dez Polos Base, onde a investigação epidemiológica apontou como locais de maior incidência da doença.
A redução dos casos de malária é uma das metas pactuadas no Plano Distrital de Saúde Indígena Yanomami, formulado pelo DSEI, com apoio do Ministério da Saúde, por meio da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI). “Essa ação é para os dez Polos Base prioritários conforme estratificação epidemiológica, mas engloba todo o distrito. Viemos articulando com todos os setores para ampliar e cobrir as metas pactuadas no plano”, afirma o chefe da Divisão de Atenção à Saúde Indígena (DIASI) do DSEI Yanomami, Pedro Galdino.
O plano prevê estratégias de enfrentamento à transmissão da malária e ações de prevenção nas comunidades da Terra Indígena Yanomami. O DSEI vem realizando testagem da população para identificar onde há maiores focos de transmissão. Desde 2019 está sendo realizada testagem em massa e já foram coletadas mais de 100 mil lâminas de amostras de sangue para investigação epidemiológica da malária e diagnóstico precoce. Além da busca ativa dos casos positivos, as equipes têm levado orientação sobre prevenção e ações educativas com o apoio de intérpretes indígenas.
Além disso, estão sendo distribuídos mosquiteiros com inseticidas de longa duração do Ministério da Saúde. Aproximadamente 1,5 mil mosquiteiros foram instalados em aldeias somente neste ano. Estes equipamentos protegem contra insetos diversos que transmitem também outras doenças como dengue e febre amarela.
Os agentes de combate às endemias estão realizando borrifações nas xaponas (casas de palha), fumacê com nebulização na área externa das aldeias e dreno de poças de água parada que podem se tornar criadouros do mosquito transmissor. O DSEI contratou ainda, neste ano, mais seis agentes e um farmacêutico para reforçar uma equipe de 48 profissionais que atuam no controle de doenças tropicais.
PREVENÇÃO E TRATAMENTO
Por meio do exame laboratorial de gota espessa, com o auxílio de um microscópio, é possível identificar, entre os quatro tipos de malária, qual infectou o paciente. O tratamento com antimalárico é iniciado imediatamente pelas Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena com medicação supervisionada do Sistema Único de Saúde (SUS).
A malária é uma doença tropical causada pelo protozoário plasmodium que infecta o mosquito Anopheles. A doença é transmitida ao homem pela picada da fêmea do mosquito. A melhor forma de prevenção é se proteger do inseto, ao entardecer e amanhecer, e controlar a circulação dos vetores de transmissão. Não é uma doença contagiosa, sendo transmitida unicamente pelo sangue. Existem quatro tipos de malária, sendo a falciparum o caso mais grave.
O DSEI Yanomami atende mais de 28 mil indígenas em meio à floresta amazônica, entre a divisa de Roraima e Amazonas, na fronteira com a Venezuela. O distrito possui mais de 700 profissionais de saúde atuando em visitas domiciliares e em 78 Unidades Básicas de Saúde Indígena (UBSI) de 37 Polos Base e uma Casa de Apoio à Saúde Indígena (CASAI) Yanomami.
Em 2020, para o enfrentamento da pandemia, o Ministério da Saúde repassou ao distrito Yanomami mais de R$ 113 milhões para reforço do atendimento básico de saúde, saneamento, contratação de profissionais e aquisição de insumos e matérias médico-hospitalares.
VACINAÇÃO INDÍGENA
Em paralelo às ações de combate à malária, o DSEI Yanomami intensificou a cobertura vacinal em 19 aldeias contra doenças imuno-preveníveis por meio da Campanha do Mês da Vacinação dos Povos Indígenas, realizada entre abril e maio. O distrito busca alcançar imunização de 87,5% do público-alvo, meta estipulada pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) para 2021.
A campanha é uma estratégia utilizada para intensificar a vacinação em áreas indígenas visando ampliar a imunização, principalmente em áreas de difícil acesso e com baixa cobertura vacinal de doenças como rubéola, sarampo, entre outras. Em 2020, a meta era de 86% e o DSEI Yanomami alcançou 92,6% do público-alvo.
Apesar da dificuldade de acesso às aldeias em meio as florestas, o DSEI já imunizou contra a Covid-19, até o momento, 79% dos indígenas maiores de 18 anos, inscritos no Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SASISUS) e especificidades da ADPF 709, e cerca de 58% com a segunda dose. As equipes passam de 15 a 30 dias em área e, somente quando retornam à sede do DSEI, com acesso à internet, os dados são lançados no Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI).
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