dos de vida dos povos indígenas, consolidando a comunicação como um pilar da resistência e autonomia na região. No encontro de redes de agosto participaram 15 comunicadores e comunicadoras indígenas do Vozes.
Essa articulação foi enfatizada por Cleiton Jiahui, da Vozes da Mata, que compartilhou sua visão sobre o encontro: “Foi uma experiência muito oportuna para os dois núcleos de comunicação. A comunicação, dentro e fora dos territórios, é de extrema importância, e essa atividade conjunta foi relevante para entendermos o projeto e as narrativas que estarão dentro dos territórios e nas ações futuras. Durante muito tempo, a comunicação foi colocada em segundo plano, mas hoje é essencial frente às atuais situações, como as grandes queimadas nos biomas amazônicos, as estiagens nos rios e as mudanças climáticas globais.”
Caminhada coletiva
Além das reflexões e trocas de visões compartilhadas por comunicadores como Cleiton Jiahui, o evento também foi marcado por debates, grupos de trabalho, aulas teóricas e práticas, além de trocas de experiências entre as duas Redes. O objetivo foi fortalecer as práticas já desenvolvidas pelos comunicadores e ampliar seu conhecimento técnico sobre o uso de ferramentas tecnológicas e digitais.
Um dos principais resultados do encontro foi o planejamento para a produção da série documental “Nossa Terra – Nossa Mãe”, que contará as histórias, lutas e conquistas dos povos indígenas, abordando temas como a gestão territorial, a preservação ambiental, o bem viver coletivo e a autonomia dos povos.
O encontro também contou com a participação do Coletivo 105, dedicado a produções audiovisuais de impacto social, político e cultural, além de colaboradores das organizações parceiras do projeto. O Coletivo 105, em especial, estará acompanhando e apoiando a produção da série, fortalecendo e acompanhando cronogramas e resultados obtidos junto aos indígenas.
Visão estratégica
Sara Gaia, coordenadora do Programa Povos Indígenas (PPI) do IEB, destacou a importância da comunicação indígena: “O projeto ‘Nossa Terra – Nossa Mãe’ nos dá a oportunidade de concretizar um sonho antigo de fortalecer a comunicação a partir do olhar e da perspectiva indígena. Há anos trabalhamos para fortalecer as redes Vozes da Mata e Wakywaa em parceria com organizações indígenas do sul do Amazonas e com o CIR. A proposta do projeto inaugura um novo momento, com uma comunicação que envolve a perspectiva indígena, trazendo os comunicadores para produzir e falar tanto para fora quanto para dentro dos territórios, com planejamento e qualidade.”
Ela acrescentou: “Agora, com o olhar dos comunicadores indígenas e o apoio das organizações parceiras, a comunicação se fortalece sendo uma ferramenta de luta, transformação e visibilidade das ações nos territórios.”
Com o fortalecimento das Redes de Comunicação Indígena e o planejamento da série documental “Nossa Terra – Nossa Mãe”, o segundo semestre de 2024 marca um novo ciclo. A partir desse período, os comunicadores indígenas de Roraima e SulAM estarão produzindo conteúdos em suas terras, destacando suas histórias, saberes e fazeres. Essa ação reforça a comunicação como um instrumento de fortalecimento cultural, resistência e gestão territorial, ampliando a visibilidade das conquistas desses povos.
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