Na manhã desta quarta-feira (7), no quarto dia de evento do Acampamento Terra Livre (ATL), indígenas Munduruku, Xukure e Truka marcharam até o Ministério da Justiça para protocolar a Petição Basta de Violência.  O documento pede respeito aos povos tradicionais e celeridade nos processos de demarcação de terras indígenas que atualmente se encontram paralisados. 

O protocolo contou com o apoio dos artistas Carlos Rennó, Thelminha e Chico César e segundo a organização ambiental Greenpeace, mais de 500 mil pessoas físicas também assinaram o documento. Durante a marcha, ativistas da organização levantaram um totem em frente ao Congresso Nacional.

 

Toten Basta de Violência. Foto: Anna Francischini/Amazônia.org

Povos Isolados

A parte da tarde foi marcada pela mesa “Povos Indígenas Isolados e de Contato Recente”, onde, durante o debate, foram feitas denúncias sobre o avanço branco nos territórios brasileiros. Atualmente, de acordo com a Articulação dos Povos Indígenas Brasileiros (APIB), existem 116 povos indígenas livres sem contato com o branco.

Entre as falas de várias lideranças indígenas, palavras de união e solidariedade entre as várias etnias indígenas não foram poucas, além da lembrança de um passado colonizador, que durante o período de colonização do Brasil, dizimou as vidas de milhares de vidas indígenas no país.

Durante a mesa, o cacique Siratã do povo Pataxó lembra sobre esse passado e manifesta solidariedade aos povos indígenas amazônicos, região do Brasil onde há maior concentração de isolados, embora nem os povos todos sejam: 

“Cabral não invadiu a Amazônia primeiro, Cabral invadiu o extremo sul da Bahia; hoje o que está acontecendo na Amazônia, nós povos do nordeste sofremos muito e continuamos sofrendo. Nós estamos aqui para dizer para os parentes da Amazônia que vocês não estão sozinhos, nós estamos juntos nessa causa, a causa dos povos originários do Brasil.” 

O dia também foi marcado por manifestações artísticas, onde entre apresentações de danças e cantos, foi feita uma homenagem em memória ao Cacique 

Pataxó Galdino, queimado vivo em 1997 enquanto dormia em Brasília. O líder indígena havia ido até a capital federal com o objetivo de defender os interesses indígenas e discutir questões relacionadas a demarcações de Terras no sul da Bahia, buscando a recuperação da TI Caramuru-Paraguaçu. Hoje, 24 anos após o assassinato, as questões de demarcação de terra e a violência ainda são pautas de luta dos povos originários. 

Sobre o ATL

O Acampamento Terra Livre teve início nesta segunda-feira (04) e vai acontecer até o dia 14. Confira a agenda oficial da mobilização no site da APIB e acompanhe também os principais destaques do ATL por aqui.

Por: Aldrey Riechel e Anna Francischini
Fonte: Amazônia.org.br

Fonte: https://amazonia.org.br/atl-tem-ato-no-ministerio-da-justica-e-debates-sobre-povos-isolados/

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