Mesmo diante da pandemia do coronavírus, a luta dos povos indígenas não para. Ainda que de longe, todos estão unidos. “Não estamos em Brasília, mas estamos ocupando as telas por meio das redes sociais”, declara Sônia Guajajara, líder indígena brasileira e coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB).

A 16º edição do Acampamento Terra Livre (ATL) que reúne a coordenação da APIB, lideranças de base e apoiadores, começou nesta segunda-feira (27) e irá até o dia 30 de abril. Por conta da atual pandemia, o ATL está sendo apresentado ao vivo pelas redes sociais, ao invés de ser presencialmente em Brasília, como era antes.

Esse ATL continua reafirmando a posição dos povos indígenas contra o plano de governo de Bolsonaro. Para o cacique Kretã Kaingang desde o início da campanha o atual presidente se declarou inimigo dos povos indígenas, antes da pandemia, Bolsonaro já era uma ameaça com planos genocidas e sem preocupação alguma com os povos indígenas.

Dando abertura a primeira mesa de debate Sônia falou sobre como o coronavírus está atingindo os povos indígenas e em como é difícil lidar com isso e com os demais problemas que enfrentam.

“O tempo é de novas e velhas ameaças, estamos lutando contra o novo coronavírus que já matou mais de 10 indígenas, mas também contra todas as outras ameaças e ataques, nossos territórios continuam sendo invadidos por garimpeiros e madeireiros de forma ilegal, tudo isso exige de nós um alerta duplicado”.

No momento atual de retirada de direitos, onde a Funai edita uma medida onde mais de 237 terras indígenas pendentes de homologação, poderão ser vendidas, loteadas, desmembradas e invadidas, e onde os invasores poderão obter o certificado expedido pela Funai que constará que a área invadida não é Terra Indígena, a luta pelos direitos dos povos indígenas precisa de força e visibilidade.

“O presidente da Funai precisa ser responsabilizado pela ausência de grupo de trabalho nas TI, de políticas efetivas que de fato protejam os povos indígenas, ele não segue o texto institucional, ele não cumpre com suas obrigações institucionais”, ressalta Dinamam Tuxá, liderança da APIB. Ele continua: “Nós estamos pedindo o mínimo e o que está previsto na lei, é obrigação do estado promover a saúde, a demarcação dos territórios indígenas e combater a violência contra os povos indígenas, essas ações não estão sendo cumpridas de formas eficazes”.

Por: Nicole Matos
Fonte: Amazônia.org.br

 

 

Fonte: https://amazonia.org.br/2020/04/demarcacao-ja-sangue-indigena-nenhuma-gota-a-mais/

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