Na próxima segunda-feira, os indígenas do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Manaus receberão 7,4 toneladas de alimentos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Esta será a última entrega de cestas básicas do lote que iniciou em outubro de 2017. No total, 158 toneladas de alimentos foram entregues nos últimos oito meses para indígenas e quilombolas.
O superintendente da Conab-AM, Serafim Taveira, informou que as 340 cestas básicas que serão entregues fazem parte do programa de apoio aos indígenas e quilombolas do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), que é coordenado pela Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sesan) a partir das demandas da Fundação Nacional do Índio (Funai) e Fundação Palmares, que representam os indígenas e quilombolas, respectivamente. Ao todo, aproximadamente 8.100 índios serão beneficiados.
As ações de distribuição de alimentos se dão em um momento de extrema fragilidade alimentar dessas populações que, historicamente, vêm sendo afetadas pela perda de suas terras, costumes, riquezas dos rios e floresta, que formam seu meio de subsistência.
Situação dramática
A situação é dramática porque falta trabalho, formação e iniciativas em maior escala dos governos municipal, estadual e até mesmo federal para formar os indígenas que procuram entrar no mercado de trabalho.
Atualmente, mais de 25 mil indígenas moram em Manaus e diariamente têm dificuldades para disputar vagas de emprego no Polo Industrial de Manaus (PIM) e outras áreas da capital, em igualdade de condições com os ‘brancos’ por falta de formação técnica.
Há exceções porque a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) têm cotas para índios e quilombolas, o que não é suficiente para resolver o problema que muitas vezes é cultural.
Programas
Nesta direção e visando fortalecer a economia artesanal e agrícola desse povos, a Conab tem ministrado palestras sobre as políticas públicas da União, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), o Programa de Vendas em Balcão (ProVB) e a Política de Garantia de Preços Mínimos da Sócio Biodiversidade (PGPM-Bio).
Essas ações servem para auxiliar os povos assistidos, para que eles saibam como melhor proceder nas vendas dos seus produtos e encontrar alternativas, além de resistirem à crise existente na economia brasileira, com produtividade, naquilo que eles são especialistas: artesanato, plantio de mandioca, pesca e outras áreas do conhecimento tradicional de floresta.
Direito ao acesso regular
Segundo a Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sesan), a segurança alimentar é a realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente e sem comprometer o acesso a outras necessidades importantes.
A secretaria nacional é responsável por programas que apóiam a produção e a venda de alimentos pelos agricultores familiares e pelos povos tradicionais e, também, pelo consumo de alimentos saudáveis pela população.
As cestas básicas entregues pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) contém arroz, feijão, farinha de mandioca, óleo, açúcar, leite em pó, macarrão e flocos de milho. Ao todo, segundo o órgão, aproximadamente 8.100 índios das calhas dos rios Negro, baixo e médio Amazonas, Manaus e região metropolitana e quilombolas de Novo Airão e Barreirinha estão sendo beneficiados.
Fonte: A Crítica
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