Por Alicia Lobato

A imagem acima é da abertura da COP26 Coalition, em Glasgow, evento paralelo da Conferência. (Foto@oliverninja/Midia Ninja/#CopCollab26)


Glasgow (Escócia) – Para fugir de um “futuro sombrio”, nas palavras iniciais da secretária-executiva da Convenção do Clima, Patricia Espinosa, começou neste domingo (31) a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), em Glasgow, Escócia. Nas próximas duas semanas, representantes dos países, entre presidentes, ministros e outras autoridades, irão discutir como colocar em prática o conceito de “justiça climática” para frear o aquecimento global.

A 26ª reunião anual teve de ser adiada por um ano por causa da pandemia, prevista para novembro de 2020. Os preparativos em torno desse encontro, considerado a “última e melhor esperança” para manter a temperatura do planeta no limite de até 1,5ºC em 2030, foram cercados de expectativas, mas o novo coronavírus continua em atividade. Em Glasgow, os visitantes que chegam para o evento se assustam com as poucas pessoas de máscara nas ruas e nos bares liberados. Neste domingo, segundo boletim oficial, foram registrados 2.513 novos casos de Covid-19 na Escócia. 

Os organizadores estão distribuindo entre os credenciados testes rápidos de Covid -19, do tipo PCR. Para entrar no Campus de Eventos da Escócia, os visitantes precisam apresentar diariamente o teste negativo para o novo coronavírus. Durante a sessão de abertura da COP26, mais de uma autoridade tirou a máscara para falar.

abertura da COP26 contou com discurso da  ministra do Meio Ambiente do Chile, Carolina Schmidt, presidente da COP25, e de Alok Sharma, presidente desta reunião e membro do Parlamento britânico. “Sabemos que o enfrentamento da mudança do clima tem que ser transversal, e por isso convocamos os ministros das Finanças, Energia, Ciência e Transporte para impulsionar uma transformação multisetorial”, disse Carolina.


Sharma, que iniciou os trabalhos organizando a agenda para os próximos dias, sendo até criticado pela forma célere em que deliberava os assuntos em pauta, afirmou que  os impactos sobre o clima estão por toda parte. “Inundações, ciclones, incêndios florestais, temperaturas recordes. Sabemos que nosso planeta está mudando para pior. E só podemos abordar isso juntos, através deste sistema internacional”, acrescentou.

Os presidentes das duas edições da COP, a 25 e a 26, enfatizaram a urgência do tema e o atraso na resolução das metas estabelecidas no Acordo de Paris. Líderes mundiais estão a caminho de Glasgow para participar do encontro, mostrando a importância do tema em suas agendas políticas. As principais lideranças participaram do encontro anual do G-20, na Itália, e estão a caminho do Reino Unido. A exceção será o presidente Jair Bolsonaro, que preferiu não participar dos debates sobre as mudanças climáticas. Segundo o vice-presidente Hamilton Mourão, se Bolsonaro fosse a Glasgow, “todo mundo vai jogar pedra nele”.

As delegações continuam chegando à cidade de Glasgow, e muitas organizações da sociedade civil prometem para os próximos dias protestos para pressionar as lideranças a compromissos mais concretos para que o tema da justiça climática seja posto à mesa de negociações. 

Participação brasileira

Delegação da Apib que embarcou para Glasgow (Foto: @Apiboficial/#CopCollab26)

Organizações brasileiras e ativistas buscam marcar uma forte presença nesta edição do evento, que vai até o dia 12 de novembro. Com mais de dez horas de viagem do Brasil para a cidade escocesa, os participantes ainda chegarão sob uma rígida fiscalização na imigração no Aeroporto Internacional Heathrow, em Londres. Brasileiros totalmente vacinados podem desde outubro entrar no Reino Unido sem precisar cumprir um período de quarentena.

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) chegará em Glasgow com mais de 40 indígenas de diversas etnias, uma das mais expressivas comitivas da sociedade civil junto à COP26. Às vésperas do lançamento da Campanha “Demarcação Já: Não existe solução para crise climática sem Terras e Povos Indígenas”, marcada para esta segunda-feira (1/11), a coordenadora-executiva da Apib, Sonia Guajajara, afirmou em vídeo que a pauta principal será “alertar o mundo a necessidade e urgência em demarcar o território e proteger a vida dos povos indígenas do planeta”.

Antes da abertura do evento neste domingo, as ruas de Edimburgo, cidade medieval e capital da Escócia, próxima a Glasgow, foram ocupadas por ativistas que carregavam cartazes cobrando respostas rápidas dos líderes mundiais. Alguns deles levavam a frase “Blá blá blá”, que foi repercutida após a ativista Greta Thunberg usar essa expressão para  criticar os líderes por suas ações de combate à crise climática.

Com a chegada das delegações completas para participar das duas semanas do evento é esperado que mais protestos ocorram nas ruas das cidades. Na próxima sexta-feira (5/11), a própria ativista Greta Thunberg puxará protestos pelo movimento Fridays for Future (Sexta-feira para o Futuro). No Brasil, esse movimento é conhecido por “Greve pelo clima”, que também participará da conferência com uma delegação de 12 jovens de todas as regiões do país. 

As duas semanas da COP26 terão como temas principais, discussões sobre o uso da terra, financiamentos, florestas, emissão de carbono e eventos abertos que falaram sobre justiça climática, a relação de clima e gênero. Além de eventos externos promovidos por organizações ambientais. A agenda oficial começa nesta segunda-feira dia 1/11, às 8 horas no horário de Glasgow (4 horas em Brasília). (Com colaboração da M´ídiaNinja)


  • Em Glasgow no dia 30/10, pouco antes do início oficial da COP26, vários ativistas, da @extinctionrebellion e outros movimentos tomaram as ruas da cidade escocesa para protestar contra a crise climática e a inação dos grandes líderes.( Fotos: Guy Reece, Joao Daniel Pereira, Mark Richards/#CopCollab26)
  • Em Glasgow no dia 30/10, pouco antes do início oficial da COP26, vários ativistas, da @extinctionrebellion e outros movimentos tomaram as ruas da cidade escocesa para protestar contra a crise climática e a inação dos grandes líderes ( Fotos: Guy Reece, Joao Daniel Pereira, Mark Richards/#CopCollab26)
  • Em Glasgow no dia 30/10, pouco antes do início oficial da COP26, vários ativistas, da @extinctionrebellion e outros movimentos tomaram as ruas da cidade escocesa para protestar contra a crise climática e a inação dos grandes líderes.( Fotos: Guy Reece, Joao Daniel Pereira, Mark Richards/#CopCollab26)
  • Abertura COP26 Coalition em Glasgow #CopCollab26, evento paralelo à COP 26 (Foto@oliverninja/Midia Ninja/CopCollab26)
  • Abertura COP26 Coalition em Glasgow #CopCollab26, evento paralelo à COP 26 (Foto@oliverninja/Midia Ninja/CopCollab26)
  • Abertura COP26 Coalition em Glasgow #CopCollab26, evento paralelo à COP 26 (Foto@oliverninja/Midia Ninja/CopCollab26)
  • Abertura COP26 Coalition em Glasgow #CopCollab26, evento paralelo à COP 26 (Foto@oliverninja/Midia Ninja/CopCollab26)
  • Abertura da COP26 em Glasgow (Foto: Kiara Worth/UN Photo)
  • Carolina Schmidt e Alok Sharm na abertura da COP26 em Glasgow (Foto: Kiara Worth/UN Photo)
  • Abertura da COP26 em Glasgow (Foto: Kiara Worth/UN Photo)
  • Representante do IPCC na abertura da COP26 em Glasgow (Foto: Kiara Worth/UN Photo)
  • Abertura da COP26 em Glasgow (Foto: Kiara Worth/UN Photo)
  • Abertura da COP26 em Glasgow (Foto: Kiara Worth/UN Photo)
  • Abertura da COP26 em Glasgow (Foto: Kiara Worth/UN Photo)
  • Abertura da COP26 em Glasgow (Foto: Kiara Worth/UN Photo)

A repórter Alicia Lobato é a enviada especial da Amazônia Real na cobertura da #COP26. A agência também integra a COPCOLLAB26, cobertura colaborativa da conferência realizada por coletivos, organizações, mídias independentes, midiativistas, jornalistas e comunicadores. Fazem parte do grupo colaborativo, entre outras organizações, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), a Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), as Mídias Índia e Ninja.

Fonte: https://amazoniareal.com.br/abertura-cop26/

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