Kelly Guajajara, sobrinha da ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, está entre os brasileiros do grupo
Um grupo de indígenas partiu da cidade de Coca, na Cordilheira dos Andes do Equador, rumo à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada entre 10 e 21 de novembro em Belém, no Pará.
Fazendo o caminho contrário da rota colonial de Francisco de Orellana, de 1541, a Flotilha Amazônica Yaku Mama, que significa “mãe água”, percorrerá três mil quilômetros pelo rio Amazonas por 25 dias e chegará a Belém no dia 9 de novembro. No caminho, vão passar por Nueva Rocafuerte (Equador), Iquitos (Peru), Letícia (Colômbia) e Manaus e Santarém (Brasil).
Com representações de nove países — Guatemala, México, Panamá, Colômbia, Equador, Peru, Brasil, Indonésia e Escócia — e diversas organizações populares, a flotilha exige o fim da extração de combustíveis fósseis na Amazônia, o financiamento para políticas climáticas e em prol das comunidades indígenas e a participação plena na COP30.
Entre os brasileiros na flotilha, está Kelly Guajajara, segunda-secretária da Associação de Comunicadores Indígenas do Brasil e sobrinha da ministra dos Povos Indígenas do Brasil, Sônia Guajajara.
“Navegamos para lembrar ao mundo que a verdadeira ação climática não se assina em acordos — ela é vivida e defendida em nossos territórios todos os dias. Navegamos para dizer ao mundo que a Amazônia e nossos territórios indígenas e coletivos são o coração da resposta climática global”, diz a flotilha em nota publicada em seu site.
“Esta jornada é a diversidade em movimento. Em cada parada, mostraremos as cicatrizes do extrativismo — garimpo ilegal, vazamentos de petróleo, falsas soluções climáticas — e também revelaremos a força de nossas alternativas: a economia da floresta viva, a ciência ancestral e a governança coletiva”, continua.
“Não vamos a Belém para pedir um assento à mesa; vamos exigir que as políticas climáticas sejam construídas a partir dos territórios, com justiça para aqueles e aquelas que protegem a vida”, afirmam. “A COP30 não pode continuar decidindo sobre nós sem nós.”
Editado por: Maria Teresa Cruz
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