Órgão precisará ser reconstruído após destruição bolsonarista e pode ficar sob o Ministério dos Povos Indígenas
Wapichana terá a missão de reestruturar a Funai após o desmonte do governo Bolsonaro – Ricardo Stuckert
A partir de 2023, a Funai (Fundação Nacional do Índio) terá no comando a deputada federal Joenia Wapichana (Rede), a primeira indígena a presidir o órgão em seus 55 anos de história.
O anúncio da nomeação foi feito pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva em suas redes sociais nesta sexta-feira (30).
A definição sobre o ministério que abrigará a Funai ficará para janeiro. Embora historicamente o órgão tenha ficado sob a pasta da Justiça, a equipe de transição que se debruçou sobre o assunto defende que ele seja incorporada pelo recém-criado ministério dos Povos Indígenas.
A nova pasta será comandada por Sonia Guajajara (PSOL), eleita deputada federal e indicada como ministra por Lula. À Folha, ela disse que seu ministério terá três secretarias: gestão, promoção territorial e articulação institucional.
:::Sônia Guajajara será nomeada ministra dos Povos Indígenas:::
Wapichana declarou, após encontro com Lula nesta sexta, que “considerando toda a demanda dos povos indígenas, o desafio de uma reconstrução do país, fortalecimento dos direitos principalmente em relação a demarcação e à proteção das terras indígenas, da melhor forma possível […] eu aceitei esse convite e nós vamos estar fazendo o melhor possível pra trabalhar junto com o governo Lula nesse sentido de avançar nos direitos dos povos indígenas”.
Joenia Wapichana era a única parlamentar indígena no Congresso Nacional e apenas a segunda na História a ocupar um assento na Câmara dos Deputados, a primeira mulher. Ela não havia conseguido se reeleger pelo estado de Roraima para a próxima legislatura (2023-26). Na década de 1980, o xavante Mario Juruna havia se elegeu como deputado federal pelo PDT-RJ.
Edição: Rodrigo Durão Coelho
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