Em Bonn, país avalia programa internacional que pagará por resultados de redução de emissões florestais. Indígenas debatem ações de conservação.

 

LUCAS TOLENTINO
Enviado especial a Bonn

Os avanços nacionais no corte de emissões florestais poderão ser reconhecidos financeiramente. Em Bonn, na Alemanha, a delegação brasileira na 23ª Conferência das Partes (COP 23) analisou nesta quarta-feira (08/11) o acesso do país ao pagamento por resultados de redução de emissões geradas por desmatamento, do Fundo Verde do Clima (GCF). A instituição internacional anunciou, em outubro, programa que destinará US$ 500 milhões para países em desenvolvimento que comprovarem queda no desmatamento.

Cada país pode receber até US$ 150 milhões. As regras de elegibilidade foram debatidas no Espaço Brasil na COP 23, uma área montada pelo governo federal na Conferência para envolver a sociedade na pauta ambiental. O Fundo Verde é um mecanismo financeiro sob a Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Nos últimos anos, o Brasil apresentou os níveis de referência exigidos pela Convenção para reconhecimento de resultados de redução de emissões de desmatamento e degradação florestal (REDD+).

A equipe do Ministério do Meio Ambiente (MMA) destacou que a iniciativa concretiza o modelo de financiamento de redução de emissões florestais e que o país apresentará projeto para acessar os recursos. O Fundo começará a receber as propostas em dezembro e os interessados terão até 2022 para enviá-las. O pagamento será baseado em resultados comprovados no período entre 2014 e 2018. “O programa piloto do GCF temCum enorme potencial de alavancar o REDD+”, afirmou Christina Voigt, do governo da Noruega, um dos países doadores do Fundo Verde.

GUARDIÕES

A contribuição dos indígenas para a conservação dos biomas brasileiros também foi discutida na Conferência do Clima. Lideranças de diversas partes do país apresentaram as iniciativas realizadas em suas terras para conter o desmatamento. “Nós aplicamos REDD+ com nossas ações”, enfatizou Francisca Arara, representante do povo Arara, do Acre. “Os índios são os verdadeiros guardiões da floresta”, acrescentou o diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Luciano Evaristo.

Tecnologias de baixo carbono para setores econômicos, sistemas de monitoramento e cooperação com países em desenvolvimento também integraram a pauta de eventos no Espaço Brasil. Nesta quinta-feira (09/11), serão discutidos temas como agricultura de baixo carbono, adaptação à mudança do clima e medidas de proteção e conservação do Cerrado.

SAIBA MAIS

Representantes de mais de 190 países estão em Bonn, na Alemanha, até o fim da próxima semana para a 23ª Conferência das Partes (COP 23) da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. O objetivo da reunião é avançar nas regras necessárias para a implementação do Acordo de Paris, um pacto mundial concluído em 2015 com o objetivo de manter o aumento da temperatura média do planeta bem abaixo de 2ºC.

Além das negociações diplomáticas oficiais, o país participa do evento com o Espaço Brasil na COP 23. A área foi montada pelos ministérios do Meio Ambiente (MMA) e de Relações Exteriores (MRE), pela Agência Nacional de Águas (ANA) e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).

Acompanhe a programação

Fotos do 3º dia no Espaço Brasil

Notícias – MMA na COP 23

 


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