Poesia de Roberto Liebgott em homenagem a Sepé Tiaraju, símbolo da resistência indígena que foi assassinado no dia 7 de fevereiro de 1756. Sepé tombou lutando em defesa do território Guarani

POR ROBERTO LIEBGOTT, DO CIMI REGIONAL SUL

Sete de fevereiro

Dia de Sepé Tiaraju.
Guerreiro de luz,
clarão das manhãs,
luar das madrugadas,
guerreiro-Xondaro – das memórias que não se esgotam.

Sepé dos sete, setenta, setecentos, de todos os povos originários. Sepé da Terra Sem Males, do Bem Viver, do bem querer e da resistência que não finda.

Sepé dos Mbya, dos Kaiowá, dos Avá Guarani. Um cacique sem trono, herói sem pátria gentil. Líder do chão a ser protegido, de um território que deveria ser livre, sempre amado e sagrado.

Sepé das batalhas passadas, atuais e futuras, das lutas que não cessaram, contra o genocídio, o ecocídio e a dizimação.

Sepé sempre a irradiar coragem, pois está lá nas beiras das estradas, nos acampamentos,
entre cercas, asfaltos e áreas degradadas. Tornou-se perene junto aos seus que não pararam de retomar a Mãe Terra.

Sepé que ensina a sermos fortes, corajosos, persistentes e compromissados.
Que ajuda a esperançar diante da morte que se mostra, a cada dia, mais cruel e perversa pelas mãos dos covardes.

Salve, salve fachos do Sol e da Lua! Salve, salve encanto de luz!
Salve, salve Sepé do bravo grito: Alto lá! Esta terra tem dono!

Sepé Tiaraju, presente!

Fonte: https://cimi.org.br/2022/02/sete-fevereiro-sepe-tiaraju/

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