O líder Valdir Tobias, do povo Macuxi, da terra indígena Raposa Serra do Sol, é uma das lideranças indígenas brasileiras que esteve na elaboração e aprovação dos dois únicos artigos garantidos na Constituição Federal Brasileira de 1988 que tratam sobre os direitos indígenas, artigos 231 e 232. Valdir Tobias, foi vice-coordenador do Conselho Indígena de Roraima (CIR), atuando junto com o  líder Clóvis Ambrósio, do povo Wapichana, nos anos de 1990 a 1992. Clóvis também é uma das lideranças que esteve na promulgação da Constituição de 1988, aprovada no Congresso Nacional.

Para fortalecer o movimento de juventude indígena, sobretudo das novas lideranças, o vice-coordenador do CIR, Enock Taurepang, em uma agenda de visita com um grupo de jovens indígenas na região do Baixo Cotingo, visitou o líder Valdir Tobias, nesta quarta-feira, 13, na comunidade indígena Congresso, região do Baixo Cotingo.

O grupo composto pelo coordenador da juventude da Raposa, Paulo Ricardo, e as acadêmicas, Sebastiana Macuxi, do  curso de Gestão Territorial Indígena (GTI) e Tahary Taurepang do curso de Psicologia, da Universidade Federal de Roraima (UFRR), visitou Valdir Tobias e debaixo do mangueiral, usufruindo do bem viver do território conquistado com luta e resistência, ouviram os ensinamentos e os fatos históricos vividos por esse sábio e resistente líder.

O encontro foi cheio de histórias e conehcimentos     Fotos: Arquivo/ Enock Taurepang

As vivências de Valdir Tobias,  na luta do movimento indígena do Brasil pela conquista dos direitos dos povos originários, trouxe fortalecimento aos jovens que estão “ tocando o barco” do movimento indígena, como ele sempre lembra.

Nessa troca de conhecimentos, os jovens levaram informações à liderança sobre o Marco Temporal, fruto da tese ruralista que viola os direitos originários dos povos indígenas. O julgamento está previsto para retomar no próximo dia 20, no Supremo Tribunal Federal(STF).

Conforme o vice-coordenador, “essas vivências  não aparecem em conversas formais, só nas informais e isso faz as lideranças conhecerem uns aos outros, para de fato serem as amarras do feixe de vara”, refletiu Enock, lembrando do principal símbolo de união, luta e resistência dos povos indígenas de Roraima.

“A conversa foi muito prazerosa, debaixo do mangueiral bem sombroso, e isso nos fez sentir mais forte. As vivências e a simplicidade como liderança e pessoa  de seu Valdir Tobias, também nos fez refletir sobre a nossa caminhada”, contou Enock, que também confirmou a presença de Valdir no ato contra o marco temporal em Boa Vista.

Enock Taurepang, disse ainda que “a viagem faz parte da agenda de levar a juventude para conhecer as lideranças tradicionais, que foram e são peças fundamentais no movimento indígena de Roraima, e são ricos em saberes que podem ser compartilhados e seguidos”.

Fonte: https://cir.org.br/site/2023/09/15/como-instrumento-de-fortalecimento-da-caminhada-jovens-indigenas-visitam-o-sabio-e-resistente-valdir-tobias-macuxi/

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