Em Brasília, nesta quarta-feira (30), lideranças de Roraima participaram de marcha e acompanharam o julgamento do marco temporal, considerado o “julgamento do século”, no Supremo Tribunal Federal (STF). Reiniciado ontem(30), o julgamento será retomado hoje, 31, previsto para 14h (horário de Brasília), no plenário da Suprema Corte.

Desde o dia 21, a comitiva composta pelo coordenador geral do Conselho Indígena de Roraima (CIR), Edinho Batista, e as lideranças, Lázaro Alexandre, povo Wapichana e Ernestina de Souza, povo Macuxi. Também compõe a comitiva, a advogada e consultora jurídica, Fernanda Félix, a consultora em Comunicação, Mayra Wapichana, e até ontem, o advogado e assessor jurídico do CIR, Ivo Makuxi, subscrito no processo, representando a organização indígena que é “amicus curiae”, que na linguagem jurídica significa amiga da Corte.

Ontem, a comitiva acompanhou a marcha que saiu do Museu Nacional em direção do Supremo Tribunal Federal (STF), passando pela Esplanda dos Ministérios e Congresso Nacional. Mais de 600 pessoas participam da mobilização nacional indígena contra a tese arco Temporal, em Brasília.

Do lado de fora do Supremo, na tenda instalada para a ocasião, crianças, mulheres, jovens, anciãos e defensores dos direitos dos povos indígenas, atentamente, com seus maracás, pinturas, cocares e sua espiritualidade, acompanharam o julgamento que durou ao longo da tarde, com a manifestação do ministro André Mendonça.

E, direto do plenário do STF, o tuxaua e vice-coordenador, Lázaro Alexandre e o assessor Jurídico do CIR, Ivo Makuxi, acompanharam a sessão, juntamente com outras lideranças, como o Cacique Raoni Metkuri, Kreta Kaingang, Alessandra Munduruku, além da presidenta da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana e a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara.

Para o jovem tuxaua Lázaro que, pela primeira vez esteve no plenário, disse que a sensação foi de “nervosismo”, mas de muita esperança de que o Supremo vai decidir a favor dos povos indígenas.

” Foi uma emoção de nervosismo, mas também de muita esperança de que o Supremo vai decidir a nosso favor. Somos vencedores e vamos ganhar essa causa, porque a nossa história não começa em 1988. A nossa história é ancestral”, disse Lázaro.

Participando do julgamento pela terceira vez, uma virtual em 2021 e duas presenciais, este ano, Ivo Makuxi, avalia que o julgamento segue para uma decisão favorável aos povos indígenas e espera que concluam o mais breve, depois de anos de tramitação na Suprema Corte.

” Esperamos que o Supremo conclua logo esse julgamento que, há anos tramita e esperamos que aprove uma tese que, de fato, respeite a Constituição Federal e não para justificar uma violência que há séculos os povos indígenas vêm sofrendo”, avaliou.

Para Ivo, que atua há cinco anos na organização, o julgamento é uma das causas mais importantes da sua trajetória.

A mobilização continua hoje, tanto na capital federal quanto nos estados, como ocorre em Roraima, com mais de 4 mil indígenas na Praça Ovelário Tames Macuxi, em Boa Vista. É a maior mobilização indígena no Brasil contra o marco temporal.

Fonte: https://cir.org.br/site/2023/08/31/em-brasilia-liderancas-de-roraima-acompanham-julgamento-do-seculo-no-stf/

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