Um dos projetos é o de acesso à água e sistema solar para irrigação

Há mais de 20 anos, o Conselho Indígena de Roraima (CIR), tem como um dos parceiros de longa data e de incansáveis lutas, a Agência Católica para Desenvolvimento (CAFOD), apoiando ações na defesa dos direitos indígenas, principalmente direito à terra e gestão ambiental e territorial.

Para acompanhar a execução de projetos através do Departamento de Gestão Territorial e Ambiental (DGTA) do CIR na área de sustentabilidade, preservação ambiental, mudança climáticas e outros na linha de gestão territorial, representantes da agência estiveram por dois dias em Roraima, 23 e 24.

Na equipe, o diretor da CAFOD, Fergus Conmee e a assessora técnica, Cecília Lório. Devido contrair um vírus, o diretor não pôde acompanhar as agendas nas comunidades indígenas.

Como primeira agenda, na sexta-feira (23), pela manhã, na sede da Prelazia, em Boa Vista, teve encontro com a coordenação geral do CIR, Edinho Batista e equipe do DGTA, coordenado pela gestora ambiental, Sineia Bezerra do Vale. Após o encontro, pela tarde, visitaram projetos apoiados pela Agência, na comunidade indígena Truarú da Cabeceira, na região Murupu e no sábado, 24, Tarau Paru, na terra indígena São Marcos.

 O Coordenador geral do CIR, Edinho Batista e equipe do DGTA, coordenado pela gestora ambiental, Sineia Bezerra do Vale apresentaram os projetos executados apoiado pela CAFOD. fOTOS: ASCOM/CIR

No encontro, Edinho Batista, apresentou a estrutura da organização. E ainda, enfatizou sobre os desafios dessa gestão, além de relembrar a luta histórica dos povos indígenas de Roraima para demarcar os seus territórios, e que ainda há muitos desafios para continuar com as demarcações.

“Estamos na luta para demarcar as terras indígenas, Pirititi, Lago da Praia, Anzol e Arapuá, e também as 23 terras que precisam ser ampliadas”, reforçou o coordenador.

A coordenadora do DGTA, Sineia do Vale Wapichana, apresentou os projetos apoiados pela CAFOD: Alternativa de captação de água, na comunidade Truaru, região de Murupu, sementes tradicionais, mudas de plantas nativas, os viveiros e os bancos de Sementes, brigadistas indígenas, apoio as ações comunitárias: monitoramento proteção dos limites, emergências climáticas, apoio nos Planos de Gestão Territorial e Ambiental (PGTAs) , perfuração do poço artesiano, Limpeza dos poços Distribuição de Filtro de Barro e filtros para o sistema de água para caixa de água, na Comunidade São Francisco, Região Baixo Cotingo, na terra indígena Raposa Serra do Sol.

“O encontro sempre é muito rico, com troca de conhecimentos. E também de conhecer os desafios que está sempre surgindo. O CIR nunca se intimida, o CIR traz desafios e arranja forma de lidar com ele, e hoje foi um momento de diálogo, troca de saberes, saio daqui muito enriquecida”, afirmou a assessora técnica, Cecília Lório.

Truaru da Cabeceira/Murupu– Um dos projetos que estão a todo vapor e que deram certo é o sistema de irrigação através da captação de energia solar.

No mesmo dia (23), pela tarde, Cecília e equipe do DGTA, estiveram na comunidade Truarú da Cabeceira, para averiguar o projeto e dialogar com a comunidade sobre os benefícios do projeto.

O engenheiro agrônomo do DGTA, Giofan Mandulãoque acompanhou a equipe explicou o funcionamento do projeto e destacou que a intenção é expandir para outras comunidades que também precisam. “Tivemos o apoio da CAFOD nesse projeto piloto que é o sistema de irrigação. Com o benefício de custo, pretendemos expandir mais esses projetos para outras comunidades também”, destacou o engenheiro agrônomo.

A comunidade Truarú da Cabeceira reunida no malocão da comunidade para recepcipnar o CIR e CAFOD. ASCOM/CIR

Para a vice- tuxaua da comunidade, Franciele Costa, o projeto está beneficiando os agricultores da comunidade, e agradeceu o importante apoio. “É muito gratificante receber o parceiro que implantou o sistema de irrigação que está contribuindo aqui, na nossa comunidade. Esperamos que amplie esse apoio aqui”, comentou.

 Tarau Paru/ São Marcos- neste sábado, 24, a equipe do DGTA e CAFOD, estiveram na comunidade indígena Tarau Paru, na Terra Indígena São Marcos, fronteira com a Venezuela, e se reuniram com as lideranças, no Centro Cultural, espaço construído com apoio das instituições. Destinado aos momentos de lazer e intercâmbios culturais, o Centro trouxe novas perspectivas às crianças e jovens.  A comunidade tem cerca de 900 moradores e que, além dos próprios habitantes, também acolheu os indígenas Pemón e E’ñapa, vindo da Venezuela,

As lideranças apresentaram demandas nas áreas de saúde, educação, cursos de corte e costura, artesanato e infraestrutura. Porém, o principal pedido foi o acesso à água. No local, existe uma estrutura montada, mas não chega nas caixas d’água e, consequentemente, às casas dos moradores.

No Centro Cultural, espaço construído com apoio das instituições. Destinado aos momentos de lazer e intercâmbios culturais, o Centro trouxe novas perspectivas às crianças e jovens. FOTOS: ASCOM/CIR

A vice-tuxaua, Angélica Fernandes, do povo Taurepang, levou a equipe para conhecer as instalações de captação de água, e pediu apoio para resolver o problema. Agradeceu o olhar voltado às comunidades. “Esperamos que o problema da água seja logo resolvido, e ficamos muito felizes em receber esses projetos. Que nossas demandas sejam atendidas, pois tudo é importante pra nós”, considerou.

Giofan Mandulão ouviu as necessidadeS e prontificou-se a encaminhar à coordenação executiva do CIR, e pontuou dar celeridade ao projeto água, considerando que a comunidade está com o sistema hidráulico montado, faltando apenas uma bomba de alta potência e outros itens necessários. “Essa questão da água é urgente, vamos verificar como podemos solucionar, e estamos à disposição para buscar atender os demais pedidos”, reforçou.

Os projetos executado com apoio da CAFOD, as caixas de águas e a instalação dos banheiros. Fotos/ ASCOM/CIR

Cecília avaliou a visita como satisfatória, ao ver que o projeto está dando certo, e feliz porque as crianças foram as mais beneficiadas com o espaço. Mas, afirmou que ainda precisa fazer muito mais pela comunidade.  “A gente fica contente, em vê os benefícios que as comunidades recebem, que ela possa saber dos direitos dela. Tem uma conversa que o CIR faz de dizer o que é obrigação das políticas públicas isso é muito importante”, disse. “Outra coisa essencial é fazer um trabalho que valorize a cultura desse povo, para que tenham orgulho da sua identidade indígena e que as crianças no futuro tenham isso como legado “, completou Lório.

As lideranças foram convidadas a conhecer o Departamento das Mulheres Indígenas e o Núcleo da Juventude do Conselho Indígena de Roraima, para que sejam iniciadas parcerias voltadas a esse público.

Fonte: https://cir.org.br/site/2023/06/26/em-roraima-cafod-visita-projetos-executados-pelo-cir-nas-comunidades-indigenas/

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