A primeira pessoa a receber a vacina contra a COVID-19 nesta terça-feira (19) em Roraima é mulher e indígena. Dona Iolanda Pereira da Silva, do povo Macuxi, tem 45 anos e vive na comunidade indígena Uiramutã, região Serras, T.I Raposa Serra do Sol.
Parteira e filha do líder indígena Orlando Pereira Macuxi, ela já foi coordenadora da medicina tradicional indígena do DSEI Leste de Roraima. Em 2019, atuou como agente indígena de saúde (AIS), e recebeu a medalha de mérito da Fundação Osvaldo Cruz por sua atuação na saúde indígena.
Após receber a vacina, ela comemorou.
“Eu estou muito agradecida por esse momento de estar sendo vacinada, por ser a primeira indígena. Em meio aos 80 mil indígenas do estado, para mim estar aqui é muito emocionante. Eu estou muito emocionada, porque a gente, em nossos nossos trabalhos, estar aqui representando todo mundo é muito importante. Não só para mim, mas também para o meu povo”.
Alem de contar a experiência do dia histórico, dona Iolanda também mandou um recado para as comunidades indígenas:
“Eu peço que todos se vacinem porque nós estamos precisando dessa vacina. Nosso corpo precisa ficar imune. Essa doença não vai acabar com a vacina, mas nós temos que criar imunidade para poder enfrentá-la mais vezes, porque já vimos que essa doença não é do tipo que a gente pega e depois ela vai embora, ela sempre volta, então nós temos que ter imunidade no nosso corpo”.
O coordenador do Conselho Indígena de Roraima Enock Taurepang por meio de live nesta terça (19), também enfatizou a importância da vacinação.
“Não tenham medo. Meus parentes vamos tomar essa vacina, nós temos nossas entidades como a Fiocruz, o instituto Butantã que estão há mais de 50 anos trabalhando no Brasil com a questão da ciência, temos que valorizar nossos cientistas, e valorizar as pessoas que estudaram e se comprometeram em salvar vidas.”
Roraima recebeu cerca de 87.720 doses da vacina contra a Covid-19 Coronavac e o plano inicial do governo é imunizar 44 mil pessoas entre agentes de saúde e médicos da linha de frente no combate ao vírus, e grupos com prioridades como indígenas e idosos.
Por Ascom CIR
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