Em 10 de outubro, Dia Mundial da Saúde Mental, a juventude presente na X Assembleia protagonizou um momento marcante ao realizar uma plenária com o tema “Eu me importo com você”. O espaço foi pensado como um convite ao diálogo, à escuta sensível e ao fortalecimento dos laços entre os jovens, valorizando a saúde mental como parte fundamental da vida e da luta coletiva. A pauta contou com a participação do Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
A mesa foi composta por jovens representantes de diversas regiões do estado, que compartilharam experiências pessoais, sentimentos profundos e os desafios enfrentados no cotidiano. Cada fala foi recebida com atenção, afeto e empatia pelos demais participantes, criando um ambiente seguro para a expressão emocional de cada um.
A jovem Julha Wapichana, da região Amajari, emocionou a plenária ao lembrar da importância do cuidado com o outro, mas também de olhar para si mesma. “Precisamos cuidar das nossas dores para cuidar do nosso território. Precisamos nos cuidar, derrubar essas dores que sentimos, busquem ajuda enquanto é tempo”, afirmou.
O momento foi mais do que um debate, foi um verdadeiro exercício de acolhimento e resistência. Em um mundo que muitas vezes silencia os sentimentos da juventude indígena, a plenária reafirmou que falar sobre saúde mental é urgente e necessário.
Encerrando com um chamado à solidariedade e ao autocuidado, os jovens deixaram um recado: “Ninguém está sozinho, vamos ficar juntos, que nem o feixe de vara. Cuidar da saúde mental é também um ato político e comunitário.”
Lideranças durante a plenária “Eu me importo com você”. (Fotos: ASCOM/CIR).
E, para contribuir nessa atividade, o Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) participaram da assembleia para discutir e fortalecer ações voltadas à saúde mental, com foco especial na juventude indígena. “Nós viemos tentar contribuir, na medida do possível, com as reflexões sobre uma temática tão complexa como a saúde mental, que envolve vários aspectos, como o enfrentamento de violências, segurança e questões territoriais”, destacou a psicóloga da Coordenadoria da Infância e Juventude do TJRR, Isabeau Cristina.
Além das reflexões, o Tribunal também está promovendo um chamamento público para a indicação de lideranças locais. “Queremos que a juventude componha esse conselho, indicando pessoas que possam contribuir com os debates e com ações concretas.”
O UNICEF, por sua vez, reforçou a importância do diálogo com as juventudes e lideranças indígenas. “Viemos conhecer como a pauta da juventude é estruturada em Roraima, especialmente como o CIR e o Departamento de Juventude atuam com jovens indígenas”, afirmou o oficial de Gestão de Informações e Assuntos do UNICEF/RR, Ícaro Lavoisier.
Ele destacou ainda o compromisso do UNICEF com a causa. “Queremos somar forças para trabalhar com vocês na pauta da saúde mental, que é tão importante para os jovens indígenas aqui do estado. Estamos juntos nessa caminhada para apoiar e construir ações com o poder público.”
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