Lideranças da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, da região Serras, apreenderam nesta sexta-feira (15) no Posto de Vigilância Territorial Armando Silva, Centro Willimom, Polo Base Caracanã, um carro da empresa Asa Tur modelo Hilux placa NUI 8537, frota 18469, que presta serviços à Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), transportando 22 caixas de bebidas alcoólicas.
Ao ser abordado, o motorista disse que iria para comunidade Flechal, e depois para o Caracanã deixar pacientes e medicamentos, mas na revista feita pelas lideranças na carroceria do veículo foram encontrados somente as caixas de bebidas do tipo cerveja e nenhum medicamento. O motorista, que fugiu, também não quis se identificar, mas as lideranças informaram que ele é conhecido como Max.
Após a apreensão, todas as bebidas foram destruídas ainda no local. Outro fator preocupante durante a abordagem foi que o motorista, como foi relatado em documento por seguranças e presentes no local, entrou no carro de forma rápida, fez uma manobra brusca de ré quase colidindo com outro carro particular que vinha atrás e fugiu sem destino.
Frente ao grave ocorrido, lideranças indígenas do Centro Willimom, Região Serras, exigem uma resposta imediata da SESAI e autoridades locais. As lideranças relatam ainda que, “infelizmente vem sentindo os impactos de ilícitos na região, como o aumento de violência, dependência química e conflitos internos que tem se intensificado”.
As lideranças regionais repudiaram o uso de carros da SESAI, que deveriam fazer o transporte de medicamentos, pacientes e dar auxílio contínuo, sobretudo neste momento de combate à pandemia da Covid – 19, estarem levando instabilidade para as comunidades, e ainda informam que não é primeiro caso de carros que deveriam prestar serviços dentro das terras indígenas, estarem transportando bebidas alcoólicas.
Após receber a denúncia formalizada pelas lideranças da região Serras, a assessoria Jurídica do Conselho Indígena de Roraima (CIR) irá protocolar o caso na próxima segunda-feira (18) na Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e no Ministério Público Federal (MPF) para exigir investigação e providências.
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