Ações para conter queimadas são apresentadas pelo Brasil na Conferência do Clima. País sediará encontro sobre incêndios florestais.

LUCAS TOLENTINO
Enviado especial a Bonn

A contribuição das ações brasileiras de combate a incêndios florestais para a manutenção do sistema climático global foi apresentada nesta sexta-feira (10/11) na 23ª Conferência das Partes (COP 23) sobre mudança do clima, que ocorre até o fim da próxima semana em Bonn, na Alemanha. A prioridade dada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) ao combate às queimadas e outros temas fizeram parte da programação de debates do Espaço Brasil na COP 23, uma área montada pelo governo federal dentro da Conferência para envolver a sociedade na agenda climática.

Ao todo, 75% das unidades de conservação atingidas pelo fogo estão no Cerrado e 14%, na Amazônia. O restante se divide entre os demais biomas brasileiros. Para conter as queimadas, a articulação entre equipes de órgãos ambientais, bombeiros e voluntários é fundamental. “O trabalho integrado de combate aos incêndios florestais agrega muitas instituições. As pessoas realmente se mobilizam e o nosso desempenho depende disso”, afirmou Paulo Carneiro, diretor de Criação e Manejo do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

A delegação brasileira destacou que o país sediará o próximo encontro internacional sobre combate a queimadas. A 7ª Conferência Internacional sobre Incêndios Florestais (Wildfire 2019) será realizada em Campo Grande, entre 6 e 10 de maio de 2019. O diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Luciano Evaristo, destacou que o evento será oportunidade para o Brasil difundir sua experiência no manejo integrado do fogo e discutir ações com outros países. “Todos os esforços são dedicados a combater o fogo de forma eficiente”, explicou Evaristo.

O desenvolvimento de uma economia de baixo carbono, a Lei Florestal brasileira e o papel de cidades como São Paulo na questão climática também foram temas dos debates realizados na COP 23. As discussões relacionam as políticas e ações desenvolvidas em território nacional com o cumprimento das metas brasileiras dentro do Acordo de Paris, um esforço mundial para manter o aumento da temperatura média do planeta bem abaixo de 2ºC.

LIVRO DE REGRAS

Mais de 190 países estão representados na COP 23 e o objetivo principal da Conferência é avançar na regulamentação do Acordo de Paris. Em entrevista coletiva concedida nesta sexta, o subsecretário-geral de Meio Ambiente do Ministério de Relações Exteriores, José Antônio Marcondes de Carvalho, explicou que a comunidade internacional trabalha, atualmente, na construção do livro de regras de implementação, que deve ser concluído no próximo ano. “Precisamos avançar nessa tarefa agora para não perder esse prazo”, declarou Marcondes.

Nas mesas de negociação, o Brasil trabalha para incluir pontos de interesse do país em temas como financiamento, redução de emissões e adaptação à mudança do clima – processo que busca evitar danos associados ao aquecimento global. O país também defende ações para o período compreendido entre o momento atual e 2020, que é quando começarão a ser implementadas as ações do Acordo de Paris. “A ambição não pode ser adiada”, afirmou Marcondes.

SAIBA MAIS

A Conferência das Partes (COP) é o órgão supremo da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, criada em 1992 com o objetivo de diminuir as emissões de carbono e, assim, garantir o equilíbrio do sistema climático global. Neste ano, a 23ª edição da COP ocorre em Bonn, onde fica a sede da Convenção. A COP 23, no entanto, é presidida pela República das Ilhas Fiji, um pequeno país insular no Pacífico ameaçado pelo aumento dos níveis dos oceanos.

Concluído em 2015, o Acordo de Paris estabelece um processo em que cada país tem metas específicas para fazer sua parte frente à mudança do clima. Considerada uma das mais ambiciosas, a meta brasileira é reduzir 37% das emissões de gases de efeito estufa até 2025, com indicativo de cortar 43% até 2030. Para isso, o país propõe medidas como restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas e aumentar a participação de bioenergia sustentável na matriz energética brasileira.

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Notícias – MMA na COP 23

 


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