Os Manxineru das aldeias Extrema e Lago Novo, da Terra Indígena Mamoadate, participaram do intercâmbio. (foto: OPI)
Especialistas indígenas, monitores e agentes etnoambientais Manxineru da Terra Indígena Mamoadate, no Brasil, e os agentes de proteção Yine da Comunidade Nativa Diamante, no Peru, estiveram reunidos para compartilhar experiências do trabalho de proteção de povos indígenas isolados, que realizam em seus territórios próximos da fronteira entre Brasil e Peru. O intercâmbio foi realizado entre os dias 03 e 05 de setembro de 2024, em Diamante, comunidade localizada no Distrito de Fitzcarrald, Província de Manu, na região de Madre de Dios, no Peru.
O encontro contou com o apoio e a colaboração entre a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), através da Gerência de Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato (GPIIRC), Comissão Pró-Indígenas do Acre (CPI-Acre), Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato (OPI). Essas organizações colaboram com movimentos indígenas, comunidades e parceiros da sociedade civil, além do Estado brasileiro e peruano, para fortalecer a proteção dos povos isolados nas regiões transfronteiriças.
Os Manxineru das aldeias Extrema e Lago Novo, da Terra Indígena Mamoadate, no Brasil, puderam conhecer de perto o trabalho realizado no Alto Rio Madre de Dios pelos agentes de proteção dos Postos de Vigilância Nomele e Yopri, contratados pela FENAMAD e pelo Ministério da Cultura (MINCUL) do Peru.
A discussão girou em torno de possíveis situações de contingência com grupos de indígenas isolados ou “desconfiados”, como são chamados pelos Manxineru do Brasil, com a intenção de delinear estratégias, acordos e protocolos de ação para os agentes e comunidades envolvidas.
Nos últimos anos, os moradores das aldeias Extrema e Lago Novo relataram que estão cada vez mais preocupados com a aproximação cada vez mais frequente dos grupos isolados. “O trabalho que realizamos é para proteger os parentes desconfiados. A gente não quer contato com eles. Queremos manter eles do jeito que estão. A gente evita que narcotraficantes, madeireiros, pescadores e caçadores ilegais os incomodem. O pessoal aqui do Peru já sabe lidar com essas situações de contato para que não ocorram conflitos. Uma comunicação errada com eles pode gerar um conflito. Eles podem ficar irritados e atacar com flechas. Não estamos totalmente preparados para essa situação, e não queremos conflitos. Esses intercâmbios são importantes para para evitarmos que essas situações aconteçam”, explica Maílson Manchineri, coordenador do coletivo de monitores da aldeia Extrema
O intercâmbio foi realizado seguindo todos os protocolos de segurança e com o compromisso de manter o princípio de não contato com os povos isolados. Durante as reuniões, o diálogo entre as equipes fortaleceu a atuação conjunta entre as organizações e comunidades. Ao final, foram estabelecidos compromissos para assegurar a continuidade e a eficácia das ações de defesa desses povos.
Espanhol
Intercambio Yine-Manxineru: estrategias de protección y acuerdos comunitarios para situaciones de contingencia con pueblos aislados
Expertos indígenas, monitores y agentes etnoambientales manxineru de la Tierra Indígena Mamoadate, en Brasil, y agentes de protección yine de la Comunidad Nativa Diamante, en Perú, se reunieron para compartir experiencias sobre el trabajo que realizan para proteger a los pueblos indígenas aislados en sus territorios, cerca de la frontera entre Brasil y Perú. El intercambio tuvo lugar entre el 3 y el 5 de septiembre de 2024 en Diamante, una comunidad situada en el distrito de Fitzcarrald, provincia de Manu, en la región peruana de Madre de Dios.
El encuentro contó con el apoyo y la colaboración de la Coordinación de Organizaciones Indígenas de la Amazonía Brasileña (COIAB), a través de la Gerencia de Pueblos Indígenas Aislados y Recientemente Contactados (GPIIRC), la Comisión Pro-Indígena de Acre (CPI-Acre), el Observatorio de los Derechos Humanos de los Pueblos Indígenas Aislados y Recientemente Contactados (OPI). Estas organizaciones colaboran con movimientos indígenas, comunidades y socios de la sociedad civil, así como con el Estado brasileño y peruano, para reforzar la protección de los pueblos aislados en las regiones transfronterizas.
Los manxineru de las aldeas Extrema y Lago Novo de la Tierra Indígena Mamoadate, en Brasil, pudieron conocer de cerca el trabajo realizado en el Alto Río Madre de Dios por los agentes de protección de los Puestos de Vigilancia de Nomele y Yopri, contratados por FENAMAD y el Ministerio de Cultura peruano (MINCUL).
La discusión se centró en posibles situaciones de contingencia con grupos de indígenas aislados o “desconfiados”, como los llaman los manxineru de Brasil, con la intención de delinear estrategias, acuerdos y protocolos de actuación para los agentes y las comunidades involucradas.
En los últimos años, los habitantes de las aldeas de Extrema y Lago Novo han manifestado estar cada vez más preocupados por el acercamiento cada vez más frecuente de los grupos aislados. “El trabajo que hacemos es proteger a los familiares sospechosos. No queremos tener contacto con ellos. Queremos que sigan siendo como son. Evitamos que narcotraficantes, madereros, pescadores y cazadores ilegales les molesten. La gente aquí en Perú ya sabe cómo manejar estas situaciones de contacto para que no se produzcan conflictos. Una mala comunicación con ellos puede provocar conflictos. Pueden enfadarse y atacar con flechas. No estamos totalmente preparados para esta situación y no queremos conflictos. Estos intercambios son importantes para evitar que se produzcan estas situaciones», explica Maílson Manchineri”, coordinador del colectivo de monitores de la aldea de Extrema.
El intercambio se realizó siguiendo todos los protocolos de seguridad y con el compromiso de mantener el principio de no contacto con los pueblos aislados. Durante las reuniones, el diálogo entre los equipos fortaleció la acción conjunta entre las organizaciones y las comunidades. Al final, se establecieron compromisos para garantizar la continuidad y la eficacia de las acciones en defensa de estos pueblos. (Ascom/OPI)
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