Nos últimos quatro meses, entre novembro de 2021 e fevereiro de 2022, três anciãos do povo Marubo morreram após complicações decorrentes da doença causada pelo coronavírus, Covid-19. Além dos três anciãos, na última semana os Marubo receberam a notícia da morte de uma jovem que recebia tratamento em Manaus.
“Não sabemos o que fazer para proteger os que ainda restam. Temos dois cadeirantes, temos senhoras idosas que podem ser vitima pela mesma doença. Na verdade estou pedindo socorro.”, alertou Alfredinho Marubo em grupos de aplicativos de mensagens da Terra Indígena Vale do Javari.
Na última sexta-feira (11), a Associação de Desenvolvimento Comunitário do Povo Marubo do alto rio Curuçá (Asdec) publicou uma nota relatando as tentativas de acionar previamente o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Vale do Javari para evitar a sequência de óbitos que passou a acontecer.
A Asdec também oficiou a Fundação Nacional do Índio, mas não obteve nenhum resposta formal do órgão indigenista do Estado brasileiro. Diante da falta de medidas, a nota da última semana termina com um pedido público de ajuda.
“Diante do fato, tomamos conhecimento ao publico sobre a situação desastrosa que acomete nossos idosos que se despedem com seus conhecimentos tradicionais, causando um verdadeiro abalo, como se fosse numa época em que não havia a responsabilidade do estado sobre este povo. O Cenário de sepultamento, na perspectiva certa de que outros poderão vir ao mesmo destino na sequencia é de arrepiar”, conclui.
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