Com enorme consternação o CTI se solidariza com familiares e amigos de Rieli Franciscato, por sua morte precoce na data de ontem. Rieli foi flechado na Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau, no município de Seringueiras (RO), quando averiguava mais um relato de avistamento de indígenas isolados em áreas que fazem limite com esta TI – o último avistamento ocorrera em junho passado.

Rieli era um dos poucos e mais experientes sertanistas ainda em atividade, e coordenava a Frente de Proteção Etnoambiental Uru-Eu-Wau-Wau desde a sua criação, em 2010. Sua trajetória de vida foi marcada pelo extremo comprometimento e dedicação à proteção dos povos indígenas no Brasil, em especial àqueles considerados isolados e de recente contato. Essa relação teve início na década de 1980, com os povos da Terra Indígena Rio Branco (RO), e desde então Rieli desenvolveu inúmeros trabalhos em Rondônia, Mato Grosso, no Médio Purus e Vale do Javari (AM), integrando e coordenando equipes da Fundação Nacional do Índio.

Seu engajamento, combatividade e a qualidade técnica do seu trabalho foram fundamentais para muitos dos êxitos obtidos na proteção de povos indígenas isolados e de recente contato no país nas últimas décadas, e constituíram uma importante referência no campo do indigenismo.

O luto pela perda inestimável do Rieli se soma à grande preocupação pelo futuro dos povos da TI Uru Eu Wau Wau e demais povos isolados e de recente contato no Brasil, diante das crescentes pressões e ameaças sobre suas vidas e territórios e do enfraquecimento da política voltada à sua proteção e da Funai, órgão responsável por executá-la.

Fonte: https://trabalhoindigenista.org.br/nota-de-pesar-pela-morte-de-rieli-franciscato/

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