Nos dias 21 e 22 de março, na cidade de Imperatriz (MA), aconteceu a reunião de avaliação e encerramento do projeto “Gestão Ambiental e Territorial Integrada de Terras Indígenas na Amazônia Oriental”. O projeto foi realizado pelo Centro de Trabalho Indigenista (CTI), juntamente com o Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), em parceria com as organizações indígenas Associação Wyty-Catë das Comunidades Timbira do Maranhão e Tocantins, Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão (COAPIMA) e Articulação das Mulheres Indígenas do Maranhão (AMIMA), e financiado pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).
As ações do projeto foram desenvolvidas para atender demandas dos Povos Timbira (Apanjekrá Canela, Apinajé, Gavião, Ka’apor, Krahô, Krikati, Memortumré Canela) e Guajajara (Tenetehara), e incidiram diretamente em 12 Terras Indígenas: TI Apinajé e TI Kraholândia no estado do Tocantins, e TI Alto Turiaçu, TI Araribóia, TI Bacurizinho, TI Cana Brava, TI Caru, TI Governador, TI Kanela, TI Kraholândia, TI Krikati, TI Porquinhos e TI Rio Pindaré.
Entre os principais resultados alcançados estão a continuidade da Formação dos Agentes Ambientais Indígenas; a elaboração e implementação de Planos de Gestão Territorial e Ambiental (PGTAs); o fomento aos micro e pequenos projetos comunitários com apoio aos empreendimentos de conservação, reprodução sociocultural e geração de renda; o avanço na participação das mulheres indígenas com suas próprias perspectivas para a conservação socioambiental, seja nos cursos, reuniões, expedições, ou encontros realizados por elas e para elas; e o fortalecimento técnico e político das organizações indígenas parceiras.
O projeto foi iniciado em 2019 e atravessou a pandemia criando condições de apoiar os beneficiários naquele momento tão delicado e, nesse contexto, foi realizado o curso EaD Pryyhrejara/Wiràmiri – Gestão Ambiental e Territorial de TIs, validado como curso de extensão pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), que contou com a participação de alunos indígenas de outras TIs da região e também alunos não indígenas engajados em movimentos sociais e no poder público. Foram oferecidos conteúdos para uma formação básica sobre a Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental – PNGATI e outros temas associados à gestão territorial e ambiental sustentável de territórios, e o direito à terra dos povos indígenas e comunidades tradicionais. Durante o seminário presencial de encerramento, os cursistas deram seus depoimentos sobre a importância do curso em suas trajetórias e o material foi editado em forma de um relatório audiovisual que pode ser acessado AQUI.
Ao todo foram mais de dois milhões de hectares de TIs com gestão aprimorada a partir das ações do projeto, cerca de 3.500 indígenas com novas oportunidades de geração de renda e 300 alunos que atuaram em formações, cujos processos de reflexão desencadeiam ações coletivas de gestão territorial, de forma contínua e crescente.
Da reunião de encerramento participaram representantes de todas as instituições indígenas e indigenistas envolvidas. Foi feita uma avaliação geral dos resultados do projeto, os maiores êxitos e as principais dificuldades, e também a análise de continuidade das ações, elencando as prioridades e as estratégias que devem ser mantidas para a gestão ambiental e territorial integrada das Terras Indígenas no Maranhão e Norte do Tocantins.
Comentários