Brasília (DF), 30/07/2020 – A equipe de 24 profissionais de saúde das Forças Armadas encerrou hoje (30) os atendimentos médicos no Polo Base Campinápolis, no estado de Mato Grosso, onde foram atendidos índios da etnia Xavante, moradores das aldeias Aldeona, São Pedro e Santa Clara.

Os atendimentos tiveram início na terça-feira (28) e, em cada dia, uma das aldeias foi contemplada com médicos clínicos gerais, ginecologistas obstetras, infectologista, pediatras, enfermeiros e técnicos de enfermagem, que reforçaram o atendimento médico local já realizado pelas Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Xavante.

A base da operação é em Aragarças (GO), onde está situado o 58º Batalhão de Infantaria Motorizado.

De lá, os profissionais de saúde deslocaram-se em dois Helicópteros do Exército Brasileiro, um HM-4 Jaguar e um Super Cougar, para os locais preestabelecidos pela coordenação da missão.

Para chegar em cada uma das aldeias do Polo Base Campinápolis foi necessária mais de uma hora de voo, seguida de caminhada de, no mínimo, um quilômetro no cerrado, até a chegada ao local dos atendimentos.

Aguardando os profissionais, os índios Xavantes passaram por triagem antes do encaminhamento ao médico. Os destaques, no Polo Campinápolis, foram os atendimentos com os médicos clínicos gerais, seguidos de pediatria e ginecologia.

Para o Guarda-Marinha João Victor Pimentel Xavier, clínico geral que serve na Escola de Aprendizes de Marinheiros do Espírito Santo, a participação na missão é algo quase indescritível. “Se não estivéssemos aqui essas pessoas não teriam esse atendimento mais especializado.”

Os desafios de estar fora de casa e sem a infraestrutura de um hospital não interfere na vontade e realização profissional de saber que estamos fazendo a diferença, de fato, e que podemos mudar definitivamente a vida delas. Hipertensão, diabetes e baixo peso nas crianças é comum nestas aldeias e podem prejudicar e muito a vida delas. Estamos contribuindo para melhorar a qualidade de vida destas pessoas”, disse.

Para a Aspirante a Oficial Rafaela Mafaciolli, infectologista do Hospital Militar de Porto Alegre, o que chamou a atenção foi encontrar uma doença de pele em estado avançado em uma paciente de 22 anos. “Há poucos dias ela ganhou neném, mas não consegue amamentar por causa de uma doença, a qual ainda estamos avaliando, que pode ser pênfigo vulgar ou sarna norueguesa. São doenças raras e graves que se não forem tratadas imediatamente a paciente poderá vir a óbito. O aspecto da pele de uma pessoa com essa enfermidade é o mesmo de um idoso”.

O cacique da aldeia Aldeona Orlindo Vire Urebe estava aguardando ansioso a equipe de profissionais de saúde. “A comunidade precisa aguardar a chegada dos profissionais das Forças Armadas para não ter doença e saber o resultado do teste da COVID. É bom para a aldeia, é bom para a comunidade, para a criança e para o povo Xavante. Eu fico emocionado e satisfeito, porque nunca teve profissionais trabalhando assim para a melhoria da saúde do povo Xavante”.

Nos próximos dias, os atendimentos serão concentrados nas aldeias do Polo São Marcos.

Os militares partiram de Brasília na segunda-feira (29), acompanhados por profissionais da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), subordinada ao Ministério da Saúde, e da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Operação Xavante
A Missão Xavante é mais uma ação interministerial das Pastas da Defesa, Saúde e Justiça, desta vez na região Centro-Oeste do Brasil, levando assistência médica e insumos para auxiliar a população indígena.

Em sua primeira fase, que vai até domingo (2), a estimativa é atender cerca de nove mil indígenas da etnia Xavante, que vivem nas aldeias localizadas no entorno dos Polos Bases de Campinápolis e São Marcos. Os Polos fazem parte do DSEI Xavante, situado em Barra do Garças, no estado do Mato Grosso.

Em função da extensa área de abrangência populacional e territorial, a missão Xavante de apoio às comunidades indígenas da região Centro-Oeste do País será dividida em três fases. As próximas etapas estão previstas para acontecer de 3 a 9 de agosto, na área do Polo Base Sangradouro, e de 10 a 16 de agosto, no Polo Base Marãiwatséde do DSEI Xavante, ambas também no estado do Mato Grosso.

Operação Covid-19
O Ministério da Defesa ativou, em 20 de março, o Centro de Operações Conjuntas, para atuar na coordenação e no planejamento do emprego das Forças Armadas no combate ao novo coronavírus. Nesse contexto, foram ativados dez Comandos Conjuntos, que cobrem todo o território nacional, além do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), de funcionamento permanente. A iniciativa integra o esforço do governo federal no enfrentamento à pandemia.

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As demandas recebidas pelo Ministério da Defesa, de apoio a órgãos estaduais, municipais e outros, são analisadas e direcionadas aos Comandos Conjuntos para avaliarem a possibilidade de atendimento. De acordo com a complexidade da solicitação, tais demandas podem ser encaminhadas ao Gabinete de Crise, que determina a melhor forma de atendimento.

Por 1º Tenente Josiany – 5ª Região Militar
Fotos: Sgt Coutinho e Sd Giovanne – Base de Administração e Apoio da 5ª Divisão de Exército

Para acessar fotos da Operação COVID-19, visite os Flickrs da Operação (Link1 / Link2).

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Confira os destaques da semana:

Assessoria de Comunicação Social (Ascom)
Ministério da Defesa
(61) 3312-4071

 

 

 

Fonte: https://www.gov.br/defesa/pt-br/assuntos/noticias/ministerios-da-defesa-e-da-saude-finalizam-1a-etapa-de-atendimento-medico-a-indigenas-xavante

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