Durante os dias 27 e 29 de maio, a FOIRN e os líderes indígenas se reuniram com parceiros na comunidade Arurá, localizada no médio Rio Negro, para discutir e avaliar o projeto de Turismo Comunitário de Pesca Esportiva do Rio Marié.

A Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN) juntamente com as 14 comunidades indígenas do Rio Marié realizaram a reunião do comitê gestor do turismo de base comunitária e conta com a presença do parceiro o Instituto Socioambiental para apoio técnico e assessoria a atividade.
A reunião do comitê pode ser realizada desde que pelo menos uma das partes contratuais esteja presente, como associações, comunidades ou empresas parceiras, com a presença da Funai.

O objetivo da reunião foi apresentar, de forma transparente, a prestação de contas da FOIRN, associação, comunidades e empresa, com relação aos valores recebidos durante a temporada de 2022/2023. A reunião foi conduzida pelo presidente da Foirn Marivelton Baré, com a participação da comissão da associação ACIBRN e da técnica de turismo Tifani Máximo.

O Projeto Marié é o primeiro de base comunitária em territórios indígenas que mais gerou recursos econômicos e se tornou o maior projeto de pesca esportiva de base comunitária no Brasil. Os empresários responsáveis pelo projeto relataram que a temporada 2022/2023 (setembro 2022 a fevereiro 2023) foi a melhor, apesar das dificuldades enfrentadas durante a pandemia. Entretanto, é preciso garantir que os recursos cheguem às comunidades e que a vigilância seja mantida para evitar a entrada ilegal de turistas que possam prejudicar o projeto.

Os guias foram bastante elogiados, embora a vigilância seja uma tarefa complicada, uma vez que se observa a entrada de pessoas pescando no rio. Para melhorar a situação, avaliou-se a necessidade de reforçar a assistência jurídica para regularização das associações, além de outros ajustes no repasse de recursos.

Foi proposto um plano de trabalho para renovar o contrato do projeto Marié por mais 10 anos, incluindo a criação da primeira escola modelo de guias de pesca indígenas do Brasil, oficinas e cooperativas para confecção de iscas de fly para as mulheres das comunidades, e melhoria do plano de ação para as comunidades. Também se discutiu a necessidade de equilíbrio salarial, plano de carreira e apoio técnico para organização das comunidades.

A próxima reunião do Comitê Gestor Operacional será em agosto na comunidade Tapuruquaramirim, com foco na oficina com as comunidades, e em setembro, na escolha da nova direção da Associação das Comunidades Indígenas do Baixo Rio Negro (ACIBRN).
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