Em reunião sobre a crise, ministra da Saúde afirma que abandono de indígenas foi uma política e anuncia que povos terão prioridade na vacinação

Mateus Vargas

BRASÍLIA

O presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antonio Barra Torres, comparou nesta quinta (26) as imagens da crise de saúde yanomami com o Holocausto conduzido pela Alemanha nazista.

“Remontam a cenas que só víamos em documentários da Segunda Guerra Mundial, a cenas do Holocausto, quando víamos pessoas com ossos cobertos apenas por pele. E vemos que isso acontece em nosso próprio país. Como se chegou a esse ponto?”, disse, durante encontro da CIT (Comissão Intergestores Tripartite), que também reúne os conselhos de secretários estaduais e municipais de saúde.

No mesmo encontro, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, declarou que o abandono indígena é resultado de uma política. Ela afirmou que o governo federal prepara ações imediatas para cuidado no território yanomami.

“Abandono é uma política, e isso que vemos infelizmente em relação a questão indígena, e tantas outras”, afirmou a ministra.

O ministério anunciou na reunião que pretende priorizar a população indígena durante campanha de imunização que começará em fevereiro.

“O abandono é uma política que não podemos admitir. Em contrapondo ao abandono, nossa política terá de ser de cuidado, de construção coletiva”, disse Trindade.

território yanomami passa por uma emergência de saúde nacional decretada pelo Ministério da Saúde na última sexta (20).

Cansadas e sem força para respirar, crianças yanomamis com desnutrição grave chegam ao Hospital da Criança Santo Antônio, em Boa Vista, e precisam de um leito de UTI, como mostrou a Folha.

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/01/crise-de-saude-yanomami-se-assemelha-ao-holocausto-diz-chefe-da-anvisa.shtml

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