Vitorino Sanches, da etnia guarani-kaiowá, foi assassinado a tiros em Amambai, região de conflitos

SÃO PAULO

O líder indígena Vitorino Sanches, 60, da etnia guarani-kaiowá, foi assassinado por pistoleiros nesta terça-feira (13) em Amambai, no Mato Grosso do Sul, um mês e 13 dias depois de sofrer um ataque a balas na entrada da terra indígena da cidade.

No dia 1º de agosto, ele sobreviveu após seu carro ser atingido por ao menos dez tiros. Sanches chegou a sofrer ferimentos, mas foi socorrido e se recuperou.

Nesta terça, ele foi alvo novamente de vários disparos feitos por dois homens e chegou a ser levado para o Hospital Regional de Amambai, mas não resistiu.

Segundo a Aty Guasu Guarani-Kaiowá, que representa os indígenas, foram disparados 35 tiros contra Sanches.

“Não suportamos mais tanta dor e luto. Precisamos de apoio e proteção. Já são meses de ataques e assassinatos em nossos territórios, pedimos apoio e que esse genocídio contra nossos irmãos e irmãs acabe, estamos cansados de tanta dor e perseguição”, diz nota da organização.

Em vídeo divulgado nas redes sociais, o prefeito de Amambai, Edinaldo Bandeira (PSDB), afirmou que entrou em contato com o governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), e pediu reforço para a investigação do crime. “Sentimos muito a perda do nosso companheiro”, disse.

Em junho, um indígena guarani-kaiowá morreu a tiros e outros sete ficaram feridos em um confronto com policiais do Batalhão de Policiamento de Choque em ação de retomada de parte do território de Guapoy, área reivindicada pela comunidade em Amambai.

O governo estadual afirmou que três policiais também ficaram feridos e negou que tenha enviado a Polícia Militar para fazer reintegração de posse, já que isso seria competência da Polícia Federal.

A área em questão é reivindicada pelos guarani-kaiowá por ser parte dos 3.220 hectares atribuídos na criação da Aldeia Amambai, ainda na década de 1920. A terra foi sendo apropriada no decorrer dos anos.

A reserva de Amambai é a segunda maior do estado de Mato Grosso do Sul, com quase dez mil indígenas.

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2022/09/indigena-sobrevivente-de-emboscada-morre-em-novo-ataque-no-ms.shtml

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