A atriz foi acusada de apropriação cultural por ter usado acessórios indígenas no desfile de Carnaval do bloco Acadêmicos do Baixo Augusta
A atriz Alessandra Negrini diz que foi ficando “mais tranquila”, com o passar dos dias, a respeito da polêmica por ter usado acessórios indígenas no desfile de Carnaval do bloco Acadêmicos do Baixo Augusta. “Eu recebi muitos telefonemas de apoio. Não fiz nada de errado, não. Fiz uma coisa bonita”, afirma.
A atriz foi acusada de apropriação cultural por ter usado a vestimenta. “A gente tem que repensar isso. Os indígenas estão sendo mortos, são vítimas de um genocídio. E estão falando da minha fantasia, de apropriação cultural? É ridículo”, diz ela. “A própria Sonia [Guajajara, líder e ativista] me disse que temos que ajudar a dar visibilidade ao que está ocorrendo [com os indígenas]. A gente tem que se apropriar, sim, da luta dos povos originários para se apropriar do nosso Brasil.”
Alessandra afirma que a exposição de ser a rainha do Baixo Augusta é enorme. “Mas todos os anos eu digo: ‘Vamos lá! Eu aguento! Acredito na parada [do Baixo Augusta], não estou lá de bonita. Começamos minúsculos, a coisa ficou gigante.”
O tema deste ano do bloco era “resistência”. Num primeiro momento, ela pensou em usar uma roupa de Maria Bonita. Depois, optou pelos acessórios indígenas. Antes, consultou lideranças para saber se poderia haver algum problema. Com o sinal verde, teve o corpo pintado pelo artista indígena Benício Pitagury, do Ceará.
“Eu sempre fui ligada neles. Estudei antropologia. Fiz peças, filmes [sobre o tema]. Não fui fantasiada de indígena. Fui com a minha roupa de rainha e fui pintada por eles.”
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