ABiblioteca Marechal Rondon, do Museu do Índio (MI), possui um dos maiores acervos relativo à produção intelectual acerca dos povos indígenas no país. Este acervo está sendo fundamental para subsidiar os estudos antropológicos do Grupo de Trabalho (GT) de identificação e delimitação da área reivindicada pela comunidade indígena Tremembé do Engenho, localizada no município de São José do Ribamar, no Maranhão, segundo informação do antropólogo e servidor do MI Rodrigo Piquet Saboia de Mello.

Piquet é o coordenador do GT de identificação e delimitação da área reivindicada pela comunidade indígena e participou da “IV Festa Literária Internacional do Paiaiá”, realizada no dia 28 de julho no sertão da Bahia, com a palestra intitulada “Uma experiência antropológica com um povo indígena do Nordeste Brasileiro: os Tremembé do Engenho”.

Durante o evento, Piquet falou sobre as duas expedições científicas que fez para realizar os estudos de natureza antropológica, etno-histórica, sociológica, jurídica, cartográfica e ambiental necessários à identificação e delimitação da área reivindicada pelos indígenas.

Os Tremembé foram aldeados em missões realizadas no período colonial, no Maranhão e no Ceará. Em 1857, receberam em doação as terras da antiga povoação, mas, gradativamente, o território foi sendo invadido por latifundiários. Chamados de caboclos ou descendentes de índios pelos regionais, os Tremembé passaram a reivindicar o reconhecimento oficial de sua identidade étnica a partir da década de 1980. Em 2003, a Terra Indígena Tremembé Córrego do João Pereira foi a primeira a ser homologada no estado do Ceará.

A apresentação de Piquet foi mediada pela antropóloga Regina Muller, curadora da exposição “Ritual da Imagem, Arte Asurini do Xingu”, realizada em 2009, no MI.

A Biblioteca do Paiaiá

O evento foi realizado na Biblioteca Comunitária Maria das Neves Prado, localizada no povoado de São José do Paiaiá, no município de Nova Soure, no sertão da Bahia. Conhecida como Biblioteca do Paiaiá, a instituição conta com um acervo de mais de 110 mil livros e é considerada a maior biblioteca rural do mundo e a maior do país.

Boa parte desse acervo foi doada pelo historiador e professor universitário Geraldo Moreira Prado, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Morador do povoado, ele trabalhou como faxineiro, durante o dia, e porteiro, durante a noite, para viabilizar seus estudos e a compra de livros. Em 2004, enviou a primeira remessa de 12 mil livros para a localidade, que não possuía biblioteca.

Assessoria de Comunicação/Funai

com informações do Museu do Índio

Fonte: https://www.gov.br/funai/pt-br/assuntos/noticias/2023/acervo-da-biblioteca-do-museu-do-indio-subsidia-estudos-antropologicos-de-area-reivindicada-pelos-tremembe-do-engenho

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