Foto: Elvio Pankararu/Funai
O III Encontro de Cacicas começou na terça-feira (29), em Manaus (AM), com cantos, danças e falas marcantes de mulheres, jovens, lideranças e anciãs que lutam contra a violência e pelo direito dos povos indígenas à vida. Com o tema “Cuidar, proteger, transformar – Estratégias de Enfrentamento à Violência contra Mulheres, Crianças, Adolescentes, Juventude, LGBT+ e Idosos Indígenas”, o evento segue até sexta-feira (1) com o apoio da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). O encontro é realizado pela Rede de Mulheres Indígenas do Estado do Amazonas – MAKIRA-E’TA, no auditório da Inspetoria Salesiana Missionária da Amazônia (Isma).
O evento busca ampliar a discussão sobre o enfrentamento à violência contra os diversos grupos indígenas do Amazonas e de estados vizinhos, como Rondônia. É um espaço de diálogo e construção coletiva para promover a proteção e os direitos indígenas, por meio de debates, escutas, painéis e grupos de trabalho. Ao final do evento terá ainda uma proposta de protocolo pós-violência de atendimento em saúde para indígenas do Amazonas, chamada de “Carta Guardiãs do corpo e do território” que será entregue para órgãos municipais, estaduais e federais.
Para a coordenadora da MAKIRA-E’TA e uma das organizadoras do evento, Socorro Baniwa, trazer o debate sobre o enfrentamento às violências sofridas diariamente pelos povos indígenas é de extrema importância, dentro e fora dos territórios. “Esse evento tem o objetivo de falar e ouvir os parentes sobre os desafios da implementação dos nossos direitos. Queremos que nossas demandas contra violências sejam atendidas com todas as nossas particularidades, por isso o nosso apoio a estes e outros eventos”, ressaltou.
A diretora de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável da Funai, Lucia Alberta, afirmou que a Funai está junto aos povos indígenas, fazendo a interlocução com outros órgãos e buscando a efetivação dos direitos contra todas as formas de violência.
“A Funai luta diariamente em diferentes frentes para que os povos indígenas sejam ouvidos e possam ter seus direitos preservados, como no combate às diversas formas de violência. Apoiar e participar de um evento como este é contribuir para que os povos sejam protagonistas em busquem caminhos possíveis no combate a qualquer tipo de violência dentro e fora do território”, complementou.
A Funai disponibilizou auxílio financeiro e viabilização de deslocamento de indígenas para participação no evento.
III Encontro de Cacicas
Participam do evento, povos indígenas de diferentes localidades do estado do Amazonas, de territórios indígenas do Médio e Baixo Madeira, Purus, Sul e Baixo Amazonas, Solimões, Vale do Javari, Manaus e entorno, além da Organização de Mulheres Indígenas de Roraima (Omir). Entre as instituições presentes, além da Funai, também fazem parte e apoiam o evento, o Fundo Indígena da Amazônia Brasileira (Podáali), o Fórum Internacional de Mulheres Indígenas (FIMI), a Operação Amazônia Nativa (OPAN) e Articulação dos Organizações e Povos Indígenas do Amazonas (APIAM), Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (SEJUSC) do Amazonas e Sistema de Educação para uma transformação Antirracista (SETA).
MAKIRA-E’TA
A Rede de Mulheres Indígenas do Estado do Amazonas – Makira-E´TA surgiu em 2017 com o objetivo de fortalecer a luta das mulheres dentro de suas comunidades, em seus territórios e no contexto urbano no estado do Amazonas. Com isso, essas mulheres se uniram para enfrentar os desafios que afetam suas comunidades, principalmente a violência, a falta de acesso a serviços de saúde gratuita e de qualidade, educação e segurança. Por meio da gestão de projetos comunitários, contribuem para a geração de renda por meio de iniciativas como artesanatos e agroindústria.
O Makira-E´TA foi um dos vencedores do Prêmio Sim à Igualdade Racial 2024, na categoria Educação e Oportunidade, uma iniciativa do Instituto Identidades do Brasil (ID-BR).
Assessoria de Comunicação/Funai
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