Foto: Haroldo Resende/Funai
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Foto: Haroldo Resende/Funai
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Foto: Haroldo Resende/Funai
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Foto: Haroldo Resende/Funai
AFundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) apoiou a realização de um intercâmbio cultural e educacional entre lideranças e educadores indígenas das Terras Indígenas Karajá de Aruanã I e III, em Goiás, e professores e estudantes do curso de Licenciatura em Educação do Campo da Universidade Federal de Catalão (UFCAT). A atividade, realizada nos dias 30 de janeiro e 1º de fevereiro, teve como objetivo discutir desafios e estratégias para o fortalecimento da educação escolar indígena, com foco na valorização da cultura e na preservação da língua materna.
A programação do evento reforçou a importância da transmissão de saberes ancestrais através de momentos de vivência comunitária no território. Durante a programação, foram abordadas estratégias para incentivar o uso da língua Inyrubè, do povo Iny (Karajá), no ambiente escolar, promovendo a inter-relação entre a educação formal e os processos culturais tradicionais. A Funai acompanhou e realizou a mediação das atividades por meio da Coordenação Técnica Local (CTL) em Goiânia e da Coordenação de Processos Educativos (Cope).
Um dos momentos marcantes do intercâmbio foi a apresentação do professor Renan Uassuri sobre a produção das bonecas ritxòkò, arte tradicional do povo Karajá reconhecida como Patrimônio Cultural do Brasil. Durante a aula, os participantes aprenderam sobre o processo artesanal e cosmológico de confecção das bonecas, preservado pela última ceramista da comunidade em Aruanã (GO).
Os indígenas também receberam sementes de espécies alimentares, como feijão-de-porco e feijão-fava, além de plantas com propriedades ecológicas voltadas para o controle de pragas e mosquitos, promovendo segurança alimentar e práticas agrícolas sustentáveis.
Os Karajá, que se autodenominam Iny mahãdu (Povo da Água), ocupam as margens do Rio Araguaia há séculos, distribuídos em 21 aldeias nos estados de Goiás, Tocantins e Mato Grosso. Mesmo com uma longa convivência com a sociedade nacional, mantêm vivas suas práticas culturais, como a confecção das bonecas ritxòkò, a arte plumária, a cestaria, a pintura corporal (com destaque para os dois círculos na face), os rituais sagrados como a Festa de Aruanã e o Hetohoky (Casa Grande), além das tradicionais pescarias familiares.
O intercâmbio
O intercâmbio faz parte do Tempo Comunidade, momento formativo essencial do curso de Licenciatura em Educação do Campo da UFCAT, no qual alunos e professores vivenciam o reconhecimento e aprendizado dos saberes e fazeres dos povos tradicionais. A proposta acadêmica busca ampliar o contato dos futuros professores com diferentes contextos de educação no campo, proporcionando uma formação sensível à diversidade dos povos tradicionais do Brasil.
Ao final das atividades, os professores da UFCAT coletaram informações para aprimorar a grade curricular do curso de Licenciatura em Educação do Campo, garantindo uma abordagem mais alinhada às realidades dos povos indígenas. A experiência reforçou a importância da educação diferenciada com respeito aos modos de vida e o conhecimento tradicional dos Iny (Karajá).
A iniciativa fortalece o compromisso da Funai com as instituições de ensino na promoção de políticas educacionais que respeitem a diversidade cultural e linguística dos povos indígenas e contribui para a formação de profissionais preparados para atuar na educação do campo e na educação indígena.Categoria
Comunicações e Transparência Pública
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