Entre os dias 14 de setembro e 3 de outubro de 2024, 20 jovens indígenas da etnia Zoró, moradores das regiões ribeirinhas da Terra Indígena Zoró, participaram de um curso de formação profissional de Operador de Computador. A ação é uma das iniciativas do Programa Ser Família, da Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania do Governo do Estado de Mato Grosso, em parceria com a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) de Aripuanã (MT). O objetivo do curso foi promover a inclusão digital e formar os jovens em uma área essencial para o desenvolvimento pessoal e profissional.
O curso faz parte de um esforço para reduzir as desigualdades sociais e melhorar as condições de vida das famílias indígenas em situação de vulnerabilidade, proporcionando-lhes ferramentas para o acesso a novas oportunidades de trabalho e educação.
De acordo com Lígia Neiva, servidora da Coordenação Técnica Local (CTL) Rondolândia, a realização do curso nas aldeias também é uma estratégia fundamental para garantir a maior participação das mulheres indígenas. “Muitas vezes, as mulheres não podem sair das aldeias para frequentar cursos em cidades distantes, e essa oportunidade dentro da própria comunidade permite que elas também se capacitem”, explicou.
Para a jovem Devanilce Zoró, de 15 anos, a formação ampliará as oportunidades às quais as mulheres indígenas poderão ter acesso no futuro. “Essa capacitação é um incentivo para as mulheres ocuparem mais espaços dentro e fora das comunidades, ampliando suas oportunidades de crescimento e participação ativa no contexto social e econômico”, ressaltou.
Além de promover a capacitação técnica, o curso também beneficia diretamente as atividades acadêmicas de jovens como Alessandro, estudante de enfermagem. “O domínio do computador é muito importante para nosso desempenho nos estudos, além de ser uma ferramenta fundamental no contexto acadêmico, auxiliando na realização de pesquisas e trabalhos”, pontuou.
A parceria entre a Funai, o Senai e o Governo do Estado de Mato Grosso tem se mostrado um modelo eficaz de cooperação para a implementação de políticas públicas que visam ao fortalecimento das comunidades indígenas. “A Funai tem buscado cada vez mais levar políticas públicas diretamente às comunidades indígenas, proporcionando oportunidades de formação profissional e apoio à integração dessas comunidades no contexto socioeconômico nacional”, frisou o coordenador regional da Funai de Ji Paraná, Leandro Manga Arara.
A realização de cursos como o de Operador de Computador nas aldeias é um exemplo de como a educação e a capacitação podem ser ferramentas para transformar realidades e gerar oportunidades, especialmente em regiões de difícil acesso e em contextos de vulnerabilidade social. O sucesso dessa ação reflete o potencial de projetos que respeitam a cultura e as necessidades locais, promovendo uma inclusão efetiva e significativa para os povos indígenas.
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