A Funai, em apoio à Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (APOINME), participou da III Assembleia de Mulheres Indígenas do Rio Grande do Norte, que reuniu mais de 50 mulheres de comunidades Potiguara, Tapuia, Tapuia-paiacu e Caboclos do Açu em Apodi-RN, nos dias 22 e 23 de maio.

A Coordenação Regional Nordeste II e a Coordenação Técnica Local em Natal estiveram presentes, assim como as Coordenações-Gerais de Promoção da Cidadania (CGPC), Promoção dos Direitos Sociais (CGPDS) e de Promoção ao Etnodesenvolvimento (CGEtno). Os servidores trouxeram à assembleia reflexões sobre organização e fortalecimento das mulheres indígenas, etnodesenvolvimento, acesso a direitos e outras pautas em que o órgão atua diretamente.

O evento contou com rodas de diálogo, debate e mesas redondas em que foram discutidos temas como políticas públicas, programas sociais, direitos indígenas, além do papel da Funai e do Movimento Indígena.

O crescente protagonismo feminino nas lutas indígenas

Liziane Silva, Potiguara da comunidade de Mendonça do Amarelão e atual coordenadora de mulheres da microrregional da APOINME no Rio Grande do Norte, explica que a ideia do espaço de diálogo para discussão sobre questões de interesse das mulheres indígenas surgiu na II Assembleia Indígena do Rio Grande do Norte (AIRN), em 2011. “Foi observado nos grupos de trabalho da AIRN que havia necessidade das mulheres falarem suas demandas, dizerem sobre as situações que enfrentavam e terem sua voz ouvida. A partir daí surgiu a ideia da Assembleia de Mulheres Indígenas do Rio Grande do Norte, que já teve três edições: 2012, 2016 e agora em 2018”, relembra a coordenadora.

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Liziane Silva, coordenadora de mulheres da APOINME, ao centro. Foto: Arquivo pessoal

De acordo com Rut Rosenthal, servidora da Coordenação-Geral de Promoção da Cidadania e participante do evento, conforme surgem demandas específicas das mulheres, o papel delas na sociedade indígena passa a se modificar. “Na busca pelos seus direitos, as mulheres indígenas assumem o papel de lideranças e debatem não só questões relativas aos seus direitos específicos, mas também aos problemas gerais das comunidades, como o direito à terra, saúde, educação, gestão ambiental, infraestrutura e demais demandas dos povos e comunidades indígenas”, conclui.

Atuação da Funai 

Foi a primeira vez que tantas coordenações da Funai participaram do evento. Martinho Andrade, servidor da Coordenação-Geral de Promoção da Cidadania, já compareceu outras vezes, mas ressaltou a importância de haver cada vez mais setores da Fundação envolvidos na assembleia: “A presença da Funai fortalece a nossa atuação no território. Dessa vez, com a CGEtno foi possível discutir o apoio às criações e plantios, e com a CGPDS, o acesso a direitos como previdência social, água potável e atendimento à saúde na comunidade.”

Liziane Silva também expressou contentamento na participação do órgão indigenista: “é importante mostrar o apoio da Funai, mostrar que estamos juntos, em parceria, para ouvir as necessidade dessas mulheres”.

Atualmente, as comunidades indígenas do Rio Grande do Norte, com, aproximadamente, 4 mil habitantes, são atendidas pela Coordenação Regional Nordeste II, localizada no Estado do Ceará que também é responsável pelas demandas do Estado da Paraíba e do Piauí. Ao todo, a coordenação atende cerca de 50 mil indígenas.

Kézia Abiorana

Ascom/Funai 

Foto: Martinho Andrade/Funai

Fonte: www.funai.gov.br/index.php/comunicacao/noticias/4920-funai-apoia-iii-assembleia-de-mulheres-indigenas-do-rio-grande-do-norte

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