Com o objetivo de fortalecer a comunicação e acesso a direitos dos indígenas venezuelanos do povo Warao no Brasil, foi realizada, no último dia 28, a aula inaugural do Curso de Formação Inicial e Continuada (FIC) em Português como terceira língua para os Indígenas, no Campus Manaus Zona Leste do Instituto Federal do Amazonas (IFAM).
Efetivado por meio de Acordo de Cooperação Técnica entre a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e IFAM, o aprendizado oferecido no curso trata-se de uma ação de promoção de direitos para que os indígenas tenham condições de pleitear acesso à segurança alimentar, equidade social, emprego, renda, saúde, educação e assistência social, bem como se protegerem de fraudes e golpes. .
Segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), a cidade de Manaus possui, atualmente, cerca de 500 indígenas Warao . A iniciativa da Coordenação de Processos Educativos (COPE/CGPC/DPDS) e da Coordenação Regional de Manaus nasceu de uma demanda apresentada pelo Conselho Warao Yorikuare Taeraja Ja e pela Organização de Indígenas Venezuelanos no Amazonas e Brasil (OIVAB). A partir do pedido, o Núcleo Afro-brasileiro e Indígena (NEABI), e o Centro de Idiomas do IFAM/CMZL produziram, de forma conjunta com o movimento indígena, a proposta do FIC.
Participaram da aula inaugural do curso, representando o campus, o professor David Lima, diretor-geral do IFAM-CMZL; Alessandra Fonseca, da Pró- Reitoria de Ensino; e a Profa. Dra. Flávia Schimplos, diretora de Pesquisa e Inovação Tecnológica. Também participaram os membros do NEABI, Claudina Maximiano e Ademar Lima; da Coordenação do Centro de Idiomas, Leoniza Calado; o voluntário Lucas Mendes; alunos indígenas e dois tradutores de língua indígena.
Além de desenvolver habilidades linguísticas fundamentais, o FIC é uma importante ferramenta para o fortalecimento de vínculos culturais e para o empoderamento do povo Warao. Os conteúdos do curso são focados no aprendizado de situações cotidianas e abordam temas como saúde, alimentação e trabalho, visando promover maior autonomia.
A formação atende diretamente a uma demanda crescente dos próprios indígenas venezuelanos, que buscam meios de participação e expressão na sociedade, ao mesmo tempo em que mantêm sua identidade cultural. Para garantir essa abordagem integradora, as aulas são ministradas com o suporte de tradutores Warao e contam com o apoio do NEABI e do Centro de Idiomas, que desenvolvem atividades interculturais e adaptam o conteúdo às necessidades específicas da comunidade.
A Funai reforça que o projeto representa uma ação estratégica, pois visa criar um ambiente em que esses povos possam acessar serviços essenciais de forma autônoma e, também, compreender melhor os contextos legais e sociais do Brasil. A parceria com o IFAM reflete o compromisso de diversas instituições em promover inclusão e reduzir barreiras para a população indígena imigrante, fortalecendo assim os laços comunitários e oferecendo possibilidades de qualificação e empregabilidade para os Warao.Categoria
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