AAssociação Indígena do Povo Karipuna (AIKA) deu início ao projeto de recuperação de áreas degradadas e à recomposição da vegetação nativa em Terras Indígenas da Amazônia. A iniciativa é resultado do edital de seleção de projetos propostos por Brigadas Federais Indígenas (BRIFs-I) em 2021, que selecionou oito propostas de diferentes entidades para iniciativas ambientais.
De acordo com a vice-coordenadora-geral da AIKA e liderança indígena, Alcimara Karipuna, uma das atividades do projeto é fazer o mapeamento das espécies que cada comunidade pretende recuperar e montar um viveiro para distribuir as mudas posteriormente. “As sementes e mudas são como crianças. Precisamos cuidar sempre, com atenção. Esse trabalho será feito pelos brigadistas indígenas e agentes ambientais”, conta Alcimara.
A ação faz parte do Programa de Manejo Florestal e Prevenção de Fogo no Brasil, executado pelo Serviço Florestal dos Estados Unidos (USFS), com apoio da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID/Brasil) e colaboração da Fundação Nacional do Índio (Funai), em uma parceria para a Conservação da Biodiversidade na Amazônia (PCAB).
Para os indígenas da etnia Karipuna, restaurar áreas da floresta amazônica tem um significado especial. “Plantamos espécies arbóreas que fornecem produtos necessários ao dia a dia das comunidades, como madeira para os barcos, frutos usados na pintura corporal, além de folhas e plantas medicinais. Essas espécies fazem parte da nossa vida”, resume Alcimara.
A AIKA representa o povo indígena Karipuna no município de Oiapoque, no estado do Amapá. Por meio do projeto, brigadistas e agentes ambientais indígenas vão mapear espécies de árvores e plantas que estão diminuindo na região da Terra Indígena Uaçá, uma área de 470 mil hectares de floresta, onde vivem cerca de 4.400 indígenas. “Estamos sentindo falta de algumas espécies de plantas da medicina tradicional e do jenipapo que usamos na pintura. Queremos trazê-las de volta”, afirma a liderança.
Apoio em iniciativas ambientais
Além do projeto da Associação Karipuna, foram selecionadas outras sete iniciativas elaboradas por brigadistas indígenas, com o apoio de associações indígenas e organizações parceiras, para promover a recuperação de áreas degradadas em Terras Indígenas na Amazônia Legal e Pantanal, entre elas as TIs Araribóia, Caru, Governador, Kadiwéu, Krikati, Porquinhos e Xerente/Funil.
A ideia é fortalecer as associações com equipamentos, meios de transporte, insumos para viveiros, entre outros itens, para que brigadistas desenvolvam atividades como a produção e o plantio de mudas para a recuperação de áreas de nascentes, matas ciliares e sistemas agroflorestais, além da queima prescrita, uma técnica aplicada para a prevenção de fogo na época dos incêndios mais severos, que diminui os riscos de incêndios florestais.
As atividades também vão desenvolver a conscientização e educação ambiental para o manejo integrado do fogo e promover trocas de experiências sobre viveiros de mudas e uso tradicional do fogo. Participam da iniciativa, além dos brigadistas indígenas, jovens, mulheres, anciãos e líderes locais.
Assessoria de Comunicação/Funai
com informações da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID)Categoria
Meio Ambiente e Clima
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