Em mensagem de vídeo, lideranças das etnias Haliti-Paresi, Nambikwara e Manoki, do Mato Grosso, falaram sobre a importância do acesso ao crédito bancário para o desenvolvimento de atividades produtivas nas aldeias e do trabalho da Fundação Nacional do Índio (Funai) de aproximar agricultores indígenas e instituições bancárias. A iniciativa ocorreu na semana passada, durante evento em Campo Novo dos Parecis (MT). O objetivo foi estabelecer parcerias que possibilitem aos indígenas acesso a financiamentos. As lideranças também agradeceram a atuação da Funai e reconheceram a relevância do apoio da fundação.

Para Arnaldo Zunizakae, da etnia Haliti-Paresi, o acesso ao crédito oficial vai permitir ampliar a produção indígena. “Considero fundamental o apoio da Funai em todo o processo, já que ela tem sido o nosso vínculo com as instituições, proporcionando essa aproximação. A conquista do crédito vem pra viabilizar o aumento da nossa produção e alavancar o andamento dos projetos indígenas”, pontua Arnaldo.

O diretor financeiro da Cooperativa Agropecuária do Povo Indígena Haliti-Paresi (Coopiparesi), Genilson Kezomae, agradeceu o apoio da Funai na promoção deste encontro. “Agora temos a oportunidade de dialogar com essas instituições e a Funai foi fundamental para auxiliar nessa aproximação. Através desse apoio, vamos criar um marco de financiamento público para as comunidades indígenas brasileiras”, destaca Genilson.

A presidente da Cooperativa Agropecuária dos Povos Indígenas Haliti-Paresi, Nambikwara e Manoki (Coopihanama), Eliane Zoezoekaeroce, afirma que o trabalho conjunto das cooperativas com a Funai possibilitou o avanço das lavouras mecanizadas na região. “Quero agradecer a Funai pois em nenhum momento eles nos abandonaram. Eles colocaram a mão na massa junto conosco para poder buscar essa realização e ampliar a geração de renda nas aldeias. Hoje, as etnias Haliti-Paresi, Nambikwara e Manoki são referência no trabalho agrícola, mas ainda temos muito para avançar”, ressalta a presidente.

Na atual gestão da Funai, sob liderança do presidente Marcelo Xavier, foi assinado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) visando regularizar a produção agrícola, por meio de lavouras mecanizadas, nas Terras Indígenas Rio Formoso, Paresi, Utiariti, Tirecatinga e Irantxe, em Mato Grosso. Com o TAC, os indígenas puderam retomar a utilização da área designada para a produção agrícola mecanizada, a fim de viabilizar o comércio no exterior. O documento foi assinado pela Funai, Ministério Público Federal, Ibama e cooperativas dos indígenas Haliti, Nambikwara e Manoki.

Liderança da etnia Haliti-Paresi, Ronaldo Zokezomaiake destaca o apoio do Governo Federal por meio da Funai. “Há muito tempo estamos lutando pelo acesso ao crédito e agora, com a Funai, conseguimos essa aproximação com os bancos. Sentimos que o Governo Federal está junto conosco, deixando as portas abertas para os indígenas e fortalecendo o nosso trabalho”, afirma Ronaldo.

Para o engenheiro agrônomo e diretor da Cooperativa Agropecuária do Povo Indígena Haliti-Paresi (Coopiparesi), Lúcio Avelino, a Nova Funai tem sido pioneira em apoiar as etnias que querem buscar novos formatos de trabalho. “A atual gestão da Funai proporciona apoio para as etnias que querem evoluir, isso é o que os índios desejam, não queremos ficar no assistencialismo, queremos trazer o desenvolvimento para dentro das áreas indígenas, com bons salários, com acesso à saúde”, conclui.

Nova Funai aproxima agricultores indígenas das instituições bancárias

O presidente da Funai, Marcelo Xavier, entende que a aproximação de agricultores indígenas e instituições bancárias pode render grandes frutos para as comunidades. “Por meio do acesso ao crédito, os projetos indígenas podem alcançar um patamar ainda mais expressivo, resultando em geração de renda e autonomia. Por isso a importância de aproximarmos os indígenas de instituições como BNDES e Caixa, que são potenciais parceiros para a concessão desse incentivo”, destaca Xavier.

O incentivo à geração de renda nas aldeias está entre as prioridades de Marcelo Xavier, bem como a pacificação de conflitos e a segurança jurídica. “O apoio ao etnodesenvolvimento é fundamental para a conquista da autossuficiência nas aldeias. Ao impulsionar atividades como a produção de alimentos e o turismo, sempre com respeito aos usos, costumes e tradições dos indígenas, colaboramos para que eles melhorem de vida e tenham uma trajetória cada vez mais autônoma”, conclui.

Projeto agrícola em lavouras mecanizadas

Localizadas em áreas próximas aos municípios de Campo Novo do Parecis e Sapezal, as lavouras cultivas pelos Haliti-Paresi, Nambikwara e Manoki ocupam quase 20 mil hectares de um total de 1,3 milhão de hectares – ou seja, apenas 1,7% da área indígena é usada na atividade agrícola. A produção de grãos movimenta cerca de R$ 140 milhões ao ano.

Quatro cooperativas indígenas atuam conjuntamente nas lavouras: Cooperativa Agropecuária dos Povos Indígenas Haliti-Paresi, Nambikwara e Manoki (Coopihanama), Cooperativa Agropecuária do Povo Indígena Haliti-Paresi (Coopiparesi), Cooperativa dos Produtores Rurais da Cultura Mecanizada da Etnia Paresi (Coopermatsene) e a Cooperativa Agropecuária Indígena Rio Verde (Coopirio). Juntas, as cooperativas movimentam a renda local a partir do cultivo de grãos em lavouras distribuídas em cinco Terras Indígenas: Paresi, Rio Formoso e Utiariti (etnia Paresi), Irantxe (etnia Manoki); e Tirecatinga (etnia Nambikwara). Aproximadamente 3 mil indígenas são diretamente beneficiados com o trabalho.

Assessoria de Comunicação/FunaiCategoriaAgricultura e PecuáriaTags: Acesso ao CréditoAgricultura FamiliarTrabalho AgrícolaCooperativas IndígenasLavouras Mecanizadas AutonomiaProtagonismo

Fonte: https://www.gov.br/funai/pt-br/assuntos/noticias/2022/indigenas-reconhecem-a-importancia-da-atuacao-da-funai-no-incentivo-de-acesso-ao-credito

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