O Ritual Indígena Kateoko, da etnia Enawenê-nawê , ocorre anualmente no estado do Mato Grosso (MT) e tem o objetivo de agradar e pedir proteção à entidade feminina Kateoko Enolonawe. A atividade espiritual ocorre por aproximadamente 3 meses, mas as mulheres das aldeias começam a se mobilizar desde o início do ano, com a coleta das matérias-primas necessárias à confecção dos adornos utilizados durante a cerimônia, como as argolas de borracha e caneleiras femininas. Para a produção desses itens as mulheres coletam seringa dentro da Terra Indígena, nos rios Iquê, Camararé e Juruena.
O Kateoko é um ritual dançado só por mulheres e os homens são os anfitriões (Harikare) que organizam tudo na aldeia, sendo responsáveis também pela pescaria e a coleta de mel. Além de se dedicar à coleta de seringa para trocar os adornos das pernas feitos de borracha (Walise), as mulheres realizam ainda a coleta de algodão para confecção de enfeites.
O calendário Enawenê-nawê é marcado por rituais consecutivos. São quatro os principais que integram as atividades anuais dos da etnia: Yãokwa, Lerohĩ, Salumã e Kateoko. Os rituais Yaokwa e Lerohi são dedicados aos espíritos subterrâneos, Yakairiti, já os dois últimos (Salumã e Kateoko) são dedicados aos espíritos celestes, Enoli. Durante este período os Enawenê-nawê cantam, dançam e lhes oferecem comida, numa complexa troca de sal, mel e alimentos – sobretudo peixe e mandioca. Dessa forma, organizam o trabalho com o intuito de produzir alimentos para o consumo cotidiano e para serem oferecidos nos rituais.
Etnia Enawenê-nawê
Os Enawenê-nawê habitam uma região de transição entre o cerrado e a floresta equatorial. Esta área encontra-se no vale do rio Juruena, formador do rio Tapajós, na porção noroeste do Estado de Mato Grosso. As cidades mais próximas da Terra Indígena (TI) Enawenê-nawê são Brasnorte, Juína, Comodoro e Sapezal, sendo que as três últimas correspondem aos municípios onde a TI está localizada. OS Enawenê-nawê tem como vizinhos mais próximos as comunidades Menky, Nambikwara, Rikbaktsa, Iranxe e Cinta Larga.
Assessoria de Comunicação/FunaiCategoria
Cultura, Artes, História e Esportes
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