Parte final da entrevista com ex-ministro de Meio Ambiente e Fazenda discute reconstrução econômica de baixo carbono. Mas ele alerta que isso só será possível com democracia e pressão da sociedade civil
Na semana passada, um grupo de ex-ministros da Fazenda e ex-presidentes do Banco Central, incluindo nomes como Fernando Henrique Cardoso, Armínio Fraga e Pedro Malan, divulgou carta pública propondo uma retomada econômica verde para responder à crise intensificada pela Covid-19 no Brasil. Rubens Ricupero, que foi ministro da Fazenda e de Meio Ambiente e Amazônia Legal no governo Itamar Franco, também assina o documento.
Na terceira e última parte da entrevista especial dada ao Greenpeace, no fim de junho, Ricupero fala sobre o que seria essa agenda verde, que exigirá uma economia com baixa emissão de carbono, desmatamento zero na Amazônia e no Cerrado, resiliência às mudanças climáticas e mais incentivo à pesquisa.
Assista à primeira parte da entrevista com Rubens Ricupero aqui, que avalia a política ambiental do governo Bolsonaro, e à segunda parte, aqui, que trata das ameaças de retirada de investimentos e os prejuízos econômicos que o Brasil pode sofrer devido a essa política.
A construção da economia que queremos só será possível, é claro, com democracia. Em um momento em que nossos direitos constitucionais estão sendo gravemente desrespeitados, Ricupero alerta: “Sem democracia, não haverá sustentabilidade, e sem sustentabilidade não há futuro para nenhum povo”. Para o ex-ministro, as primeiras vítimas de governos autoritários que atentam contra a Constituição são sempre o meio ambiente, os direitos humanos e os povos indígenas.
Reforçando a importância da mobilização, Ricupero lembra que avanços nas pautas ambiental, de direitos humanos e igualdade de gênero no século 20 só aconteceram devido à pressão social, e acrescenta que governos em geral só agem quando são movidos pela sociedade civil. Prova viva do engajamento crítico, ele diz que não podemos desanimar. “É como aquela questão da massa crítica: vai aumentando até que chega um ponto e atinge aquela massa crítica, e aí se desencadeia a mudança”.
Assista à parte final da conversa com Rubens Ricupero. Esperamos que ela te inspire a lutar pelas mudanças de que tanto precisamos rumo a um novo mundo — mais verde, justo e solidário.
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